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Intriga do PIG

A esquerda perdeu as ruas?

Folha de São Paulo quer fazer parecer que a direita está tomando o lugar da esquerda nas ruas. É preciso que a esquerda vá contra a expectativa que a burguesia tem dela

O jornal golpista Folha de São Paulo está realizando uma série de reportagens sobre a esquerda brasileira, onde visa dar a sua análise para os rumos da esquerda nacional. O nome da série é “o futuro da esquerda” e, através dela, já demonstrou para o país todas as suas posições a respeito do que eles gostariam que fosse à esquerda no país. Ao fim e ao cabo, a maioria de suas posições são analogias ao identitarismo e à submissão da esquerda aos interesses da burguesia e do imperialismo, procurando sempre demonstrar a derrota e decadência da esquerda mais combativa diante dos movimentos apoiados por ONGs e afins.

Neste domingo, a matéria publicada pela Folha tem em vista analisar como tem sido a presença da esquerda nas ruas. O título é “Esquerda perde monopólio das ruas, vê direita sair do armário e vive paradoxo da ordem”. Por ele, já dá para se ter uma ideia de que a matéria é uma apologia das manifestações da direita e uma tentativa de colocar em termos absurdos o problema da desmobilização da militância e dos trabalhadores.

A matéria começa examinando a questão da retomada das manifestações por parte da direita e da extrema-direita. Tendo como ponto de partida os atos pró-impeachment que culminaram, em 2016, com a derrubada da presidenta Dilma, o jornal golpista visa dar toda sorte de explicação abstrata para a volta da direita às ruas.

Trazendo, como sempre, a opinião supostamente incontestável de um especialista, a Folha diz que o que impedia à direita de sair às ruas era uma suposta “vergonha” por ser associada com o período da ditadura militar. O jornalão atribui às manifestações de 2013 o estopim para a perda dessa suposta vergonha e a retomada das manifestações direitistas de rua. Segundo seus próprios especialistas, “as Jornadas de Junho de 2013 e o ‘fora, Dilma’ mostraram que as ruas não tinham dono. Diversos grupos de direita entraram na disputa pelo espaço; alguns o fizeram num marco democrático, enquanto outros, extremistas, ergueram a bandeira da intervenção militar”.

O leitor incauto pode não perceber, mas a Folha omite de toda a história um componente central para essa retomada de manifestações de rua por parte da direita e da extrema-direita que, como eles mesmos afirmam, clamava por “intervenção militar”. O elemento é a articulação de um golpe de estado organizado diretamente pelo imperialismo para derrubar o governo do PT e de enterrar a esquerda nacional.

A imprensa cartelizada em sua virulenta campanha contra o PT, aí incluindo a própria Folha, é quem deu legitimidade e insuflou essas manifestações da direita, que defendia o golpe de estado contra o PT. Não se trata de uma suposta insatisfação com o governo Dilma, mas sim de uma ordem vinda diretamente do imperialismo, que foi acatada por todos os órgãos da burguesia nacional, inclusive sua venal imprensa.

O jornal golpista e cúmplice dessa ascensão da extrema-direita visa atribuir a causa do suposto declínio da presença da esquerda nas ruas simplesmente ao fim do imposto sindical, extinto por uma reforma trabalhista do Congresso em 2017, e a fatores internacionais que fizeram com que a classe trabalhadora mundial entrasse em retração. A explicação é, obviamente, muito limitada. Primeiramente, ainda que seja fato que a esquerda não esteja tão mobilizada quanto no período do fim da ditadura militar, não se deve simplesmente ignorar a resistência ao golpe de estado empreendido pelo PCO, por setores do PT e de outros partidos e organizações sociais. Nisso se incluem as lutas pela anulação do impeachment de Dilma, a luta contra a prisão de Lula e por sua liberdade, a defesa da manutenção da candidatura de Lula em 2018 e a própria eleição de Lula em 2022.

Além disso, a questão do imposto sindical é secundária no que diz respeito à inação dos próprios sindicatos. O problema é, naturalmente, político. O refluxo da classe operária em âmbito mundial, um variável verdadeira, associado à corrupção dos sindicalistas por parte dos patrões, é que levou a essa situação.

Outra questão abordada pela Folha é que a esquerda, em uma suposta tentativa de se opor a um bolsonarismo que procurava se mostrar como combativo, perseguido e antissistema, acabou aderindo a uma defesa do sistema e do ‘status quo’. Isso supostamente se agravaria com a presença do PT no governo.

A caracterização é interessante porque mostra haver um interesse da própria imprensa burguesa em colocar a esquerda nessa categoria, o que foi feito se utilizando do espantalho do bolsonarismo. A perseguição promovida pelo STF teve um importante papel nisso e, infelizmente, a falta de orientação política das lideranças da esquerda acabou fazendo com que uma parte da esquerda tenha se colocado sob o tacão dos interesses da burguesia.

Por fim, o especialista da Folha mostra parte do projeto que a burguesia tem para a esquerda: “Não vejo como a esquerda possa contribuir para pensar um futuro pós-neoliberal que esteja à altura dos desafios das crescentes desigualdades sociais, da crise da democracia e da emergência climática se ela permanecer presa a essa posição de ‘esquerda da ordem’”. Para ele, a verdadeira questão é a esquerda defender a “democracia” em diversos países e a tal da “emergência climática”, o que são evidentemente preocupações da própria burguesia.

A esquerda deve se colocar totalmente contrária ao que a imprensa burguesa espera dela, se colocando em enfrentamento com o sistema e o ‘status quo‘, que oprimem os trabalhadores e hoje representam o fim da liberdade de expressão, o apoio ao imperialismo em sua sanha golpista e sanguinária ao redor do planeta e o esmagamento crescente da classe trabalhadora.

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