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Qual opressão é mais oprimida?

A disputa identitária: feminismo ou trans?

PCB abandona joga o marxismo no lixo e substitui a luta de classe pela luta contra o "patriarcado"

O identitarismo transformou a luta coletiva dos oprimidos em uma luta individual por privilégios. Cada grupo social se considera oprimido e define a sua “identidade” par entrar em luta contra outro grupo.

O debate sobre a transfobia, que aparentemente seria nada mais do que uma luta pelo direito de pessoas transexuais. Para o identitarismo, no entanto, não basta isso.

O PCB publicou, no dia 3 de fevereiro, uma matéria em seu sítio na internet com o seguinte título: “Visibilidade trans todos os dias!”. A chamada, no entanto, engana. O texto não tem muita preocupação com a visibilidade, mas com a acusação de tipo policialesca contra outros grupos.

A matéria começa com o seguinte questionamento: “É transfobia defender direitos de mulheres cis e crianças?” Segundo relata o artigo, essa frase estava escrita nos muros da Universidade Federal de Pelotas juntamente com outra: “O capitalismo só funciona porque antes existem homens dominando mulheres”.

O artigo do PCB atribui esses questionamentos às chamadas feministas radicais, que se voltam contra as pessoas trans:

“O feminismo radical e sua ideologia conservadora atacam, agridem e ferem todas as pessoas trans. Nós, enquanto comunistas, lutamos pela emancipação do conjunto da Classe Trabalhadora em direção à superação do capitalismo e na construção de uma sociedade sem exploração, dominação e violência de gênero. E para isso, é preciso combater a lógica da opressão e das violências no sistema atual, e não endossá-las”.

O debate é interessante porque revela com muita clareza a disputa entre dois grupos identitários. Revela que a concepção do identitarismo não é um chamado à luta coletiva em torno da qual deveriam se agrupar todos os setores oprimidos.

O PCB ataca as “feministas” como transfóbicas, quando, na verdade, em nenhum momento houve agressão – nem mesmo verbal – contra nenhum transexual. Simplesmente as tais feministas apresentaram uma posição sobre o problema. Uma opinião que elas têm todo o direito de ter. O PCB assume a política histérica do identitarismo que considera qualquer opinião como um crime.

Alguém deveria explicar porque o questionamento dessas “feministas” seria transfóbico. O PCB não explica, apenas se limita a afirmar:

“É um fato que antes do capitalismo existiam homens dominando mulheres, mas isso não é suficiente para explicar o funcionamento do sistema e como ele opera nos dias atuais. O capitalismo só funciona porque ele se funde de maneira indissociável com o racismo e o patriarcado, portanto não há lógica de combatê-los de forma isolada. E a transfobia também é produto dessa fusão.”

Na falta de conhecimento sobre o problema, o PCB recorre a uma generalidade e mesmo assim erra feio. Os “marxistas” do PCB jogaram os ensinamentos dos marxistas no lixo. O capitalismo deixou de ser o sistema baseado no lucro advindo da exploração dos trabalhadores e passou a ter seu funcionamento dependente do “racismo, do patriarcado”. Aqui revela-se a confusão completa na qual está metida a esquerda pequeno-burguesa.

O racismo e o patriarcado têm a mesma importância para o capitalismo do que o problema da exploração do trabalho.

É preciso dizer ainda que a reação das “feministas” é compreensível. A seu modo, usando do mesmo veneno identitário usado pelos outros grupos como os trans, essas mulheres estão reagindo a uma política cada vez mais reacionária daqueles que em nome do direito de trans passam por cima dos direitos das mulheres, como o caso recente na UnB, quando uma mulher foi agredida e depois perseguida simplesmente por ter reclamado que um homenzarrão com barba estava usando o banheiro masculino porque “se considerava mulher”.

O PCB está totalmente absorvido pelo identitarismo e simplesmente ignora a realidade. O questionamento das mulheres pode não ser feito da maneira correta, mas é legítimo. Para defender o direito de pessoas trans não é necessário passar por cima dos direitos de outro. O problema é que, com esse método, os identitários vão se matar entre eles, cada um defendendo o seu interesse, pisando em cima do outro.

Com essa lei do cão, tipicamente neoliberal, quem sai ganhando no final não serão as pessoas desses grupos, a não ser um ou outro espertinho que consigo resolver o seu problema individual. Quem ganha mesmo com essa política serão os que tem mais poder no final das contas. Se vale passar por cima do outro, haverá alguém com um trator mais poderoso do que o carrinho de rolimã dos diversos grupinhos identitários.

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