Após meses de preparação, a “contraofensiva” ucraniana aparenta uma derrota decisiva em sua primeira batalha. As forças russas repeliram com sucesso uma “grande ofensiva” de tropas ucranianas ao longo de cinco seções da linha de frente no Donbass, disse o Ministério da Defesa da Rússia na madrugada de segunda-feira.
De acordo com o ministério, o ataque começou na manhã de domingo. “O objetivo do inimigo era romper nossas defesas no que eles supunham ser a seção mais vulnerável da linha de frente”, disse em um pronunciamento.
“O inimigo não conseguiu atingir seus objetivos e não foi exitoso”, acrescentou o ministério.
Autoridades russas disseram que a Ucrânia havia enviado a 23ª e a 31ª brigadas mecanizadas de suas “reservas estratégicas”, que foram apoiadas em batalha por outras unidades.
“As Forças Armadas da Ucrânia perderam mais de 250 homens, 16 tanques, três viaturas de infantaria e 21 viaturas blindadas”, afirmou o Ministério da Defesa.
É improvável, portanto, que a batalha descrita pelo Ministério da Defesa da Rússia seja a última da tão alardeada “grande contraofensiva” ucraniana, mas foi a primeira. Como era de se esperar, os avanços ucranianos não foram bem sucedidos, encontrando em seu caminho um exército muito diferente que em meados de setembro do ano anterior.
A contraofensiva tão anunciada
O presidente ucraniano Volodmir Zelensky afirmou no sábado que Kiev estava pronta para lançar sua “contraofensiva” há muito planejada. No entanto, o vice-chefe de seu gabinete, Igor Zhovkva, declarou no mesmo dia que a Ucrânia ainda não havia recebido armas e munições suficientes para montar uma campanha bem-sucedida.
Nessa toada, o presidente ucraniano continua a implorar, por toda a Europa e América do Norte, por caças modernos. Atualmente, os EUA concordaram em treinar pilotos ucranianos para o uso do caça F-16. Todavia, não se comprometeu em enviar os aviões, deixando a possibilidade em aberto. O que sabemos, no entanto, é da real superioridade nos céus, no solo e nos mares que a Rússia apresenta na guerra ucraniana.
É certo que, mesmo com o aporte do F-16, o campo de batalha não mudará. Especialmente porque o que gerou a necessidade de novos caças de combate por parte da Ucrânia — os mísseis antiaéreos terra-ar russos — continuarão existindo, junto de outras peças de artilharia que em muito superam qualquer coisa manejada pelos ucranianos, tanto em quantidade quanto em qualidade.
Estamos lidando com um exército (ucraniano) em sua fase “3.0”. O primeiro exército foi destruído com a invasão russa. O segundo, terminou de ser moído em Bakhmut. O terceiro, que conta com novos equipamentos, como o F-16 e soldados ucranianos treinados na Europa, se apresenta para o combate. Felizmente, todos os prognósticos apontam para uma derrota acachapante de Kiev.
Os recentes ataques desesperados
Recentemente, Kiev intensificou os ataques de artilharia e drones contra cidades russas, incluindo um ataque de drone a Moscou na semana passada. O Ministério da Defesa da Rússia disse na noite de domingo que as tropas haviam repelido uma incursão armada na região de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia.
O Corpo de Voluntários Russos (RDK) e a “Legião da Liberdade para a Rússia” – dois grupos pró-Kiev formados por combatentes de origem neonazista – reivindicaram a responsabilidade pelo ataque, assim como fizeram em incursões semelhantes no território russo ao longo da primavera.
O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, escreveu em seu canal no Telegram na manhã de segunda-feira que um ataque de drone havia causado um incêndio em um local de infraestrutura de energia. Ele acrescentou que não houve vítimas e nem falta de energia.
Vemos se desenvolver no terreno uma migração das ações das forças armadas ucranianas, tentando levar a guerra para a Rússia. Entretanto, as únicas ações bem sucedidas foram em pequena escala. Ações como estas ocorrem desde o início da guerra, o que observamos agora é o emprego de forças irregulares, numa tática de guerrilheira que tenta sabotar a infraestrutura civil na fronteira entre os dois países, além de atacar diretamente a população civil russa, objetivando atrair forças do front para a retaguarda.
O desespero dos ataques é crescente, tal qual observado em Belgorod, onde grupos irregulares atacaram uma área desprovida de importância militar, sendo repelidos e mortos pelas mãos das forças armadas russas, apenas para realizaram uma ação propagandística, retirando a vitória russa em Bakhmut da primeira página dos jornais.