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Uma política reacionária

A concepção identitária da luta das mulheres

Veja como foi a 3ª aula da Universidade de Férias sobre o identitarismo

Nesta última sexta-feira, ocorreu a 3ª aula do curso do PCO com o tema “Uma Crítica Marxista do Identitarismo”. O curso ocorre como parte do 46º Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e do Partido da Causa Operária (PCO). O curso está ocorrendo presencialmente para quem participa do Acampamento, no Sítio Pé do Pico, próximo ao Pico do Jaraguá, em São Paulo, e também é possível acompanhá-lo online pela plataforma unimarxista.org.br. Para realizar a inscrição na atividade, basta entrar em acampamento.pco.org.br.

O tema dessa aula foi a concepção dos identitários a respeito do movimento das mulheres. O companheiro procurou, primeiramente, caracterizar, de forma clara, as diferenças entre os identitários e o marxismo. O movimento chamado de “feminismo”, que hoje é muito tomado pela política identitária, é um movimento burguês e pequeno-burguês, e nada tem a ver com a concepção marxista a respeito da luta da mulher.

Como em outras manifestações, os identitários consideram que o problema da opressão da mulher seria apenas uma questão “cultural”. O problema seria o que pensam as pessoas da sociedade sobre a relação entre os dois sexos. Seria somente uma questão de reeducar o povo, portanto.

A partir daí é que surge a ideia de criar “cotas” para as mulheres em todos os lugares. Criam-se, então, leis para que as empresas sejam obrigadas a contratarem mais mulheres, o TSE baixou uma decisão que obriga que haja uma cota de mulheres candidatas nas eleições proporcionais no Brasil e outras coisas do tipo.

Essa concepção idealista do problema é totalmente oposta ao que pensa o marxismo e está totalmente errada. O companheiro Rui explica no curso que ninguém é inferior aos outros por uma simples consideração de que essas pessoas deveriam ser inferiores. Para que uma pessoa seja “superior” à outra, isso precisa ser uma realidade material: envolve ter maior poder econômico ou político. Nesse sentido, é questão de quem está numa situação econômica superior.

Para os identitários, essa inferioridade é uma questão subjetiva. Se as mulheres se “empoderarem” e passarem a acreditar que são iguais ou superiores aos homens, isso imediatamente se tornaria uma realidade. No entanto, não é assim que funcionam as coisas no mundo real.

O companheiro Rui faz uma longa explicação na aula sobre os motivos que levam a mulher a estar numa efetiva posição de inferioridade na sociedade capitalista. É preciso dizer, portanto, que essa inferioridade é real e material, não é uma questão subjetiva.

Em suma, a mulher se encontra nessa situação porque ela é colocada em uma situação de escravidão devido à maternidade. É a mulher que precisa cuidar das crianças em sua primeira infância. São cerca de dois ou três anos de dependência total da criança com relação à mãe. Em caso de famílias operárias, que têm grandes quantidades de filhos, isso pode tomar cerca de 10 anos da vida da mulher.

Devido a isso, elas já entram no mercado de trabalho em uma posição inferior. A grande maioria das mulheres não consegue desempenhar um trabalho num mesmo grau que os homens porque elas são verdadeiras escravas do lar.

Portanto, para libertar a mulher é necessária uma verdadeira revolução econômica. O curso apresenta quais seriam as medidas tomadas pelos marxistas para que esse problema seja resolvido. Primeiramente, os marxistas defendem que as tarefas domésticas sejam feitas de forma social. Todas devem ser tiradas do âmbito doméstico e passarem para as mãos do restante da sociedade. Portanto, deve haver pessoas que exerçam a função de cuidar de todas as crianças, de produzir toda a alimentação, limpeza etc.

Para que isso ocorra em sua plenitude, porém, é preciso que haja uma revolução socialista, visto que os capitalistas não o fariam, devido ao alto grau de investimento necessário e o pouco retorno em lucratividade.

Enquanto isso, é possível lutar para melhorar a situação da mulher na atualidade – lutar por creches no local de trabalho, pelos direitos legais da mulher ao próprio corpo, etc.

Nesse ponto, os identitários retrocederam nesta luta. Sob a palavra de ordem de “O lugar da mulher é onde ela quiser”, eles defendem que a luta da mulher deve possibilitar que elas sejam, inclusive, escravas do lar, caso isso seja o que elas “queiram”, o que é totalmente absurdo.

Para os marxistas, a mulher precisa lutar pela sua independência, ter um trabalho, um desenvolvimento intelectual, uma atuação política na sociedade e tudo mais que os homens têm acesso.

A principal diferença, portanto, entre o identitarismo e o marxismo é que os identitários abandonaram a questão material e econômica da questão da mulher (e também do negro, LGBT e todo o resto) para adotar uma concepção cultural, que não resolve nada e só leva ao engano. É preciso mudar a sociedade para mudar a cabeça das pessoas e não o oposto.

O tema, evidentemente, tem um caráter bastante polêmico e a posição do PCO a respeito é quase única em toda a esquerda nacional. A maior parte dos partidos, tomada pelo identitarismo, não é capaz de enxergar a questão por esse ângulo. Para acompanhar todo o curso e se informar melhor sobre essas questões, faça já sua inscrição!

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