A hipocrisia do imperialismo e seus sustentáculos ideológicos como o identitarismo vêm apelando diariamente para o presidente Lula indicar uma negra para ser ministra do Supremo Tribunal Federal(STF). Há quem pense que essa campanha é progressista, mas é uma farsa. É uma campanha da direita, que é inimiga da população negra e a principal responsável pela exploração que as mulheres, sobretudo as negras, sofrem Brasil afora.
Patrocinada pelos ianques até na Assembleia da ONU, essa campanha acaba nos levando a refletir um pouco da situação dos negros e toda classe operária na maior potência econômica do globo.
Segundo relatório elaborado pela The Sentencing Project, os negros dos Estados Unidos estão cinco vezes mais encarcerados do que os brancos. No país, um em cada 81 adultos negros cumpre pena em prisão estadual. Em 12 estados americanos, mais da metade da população negra está oprimida nas cadeias. Em 7 estados, a disparidade entre negros e brancos é de 9 para 1!
Qual a moral de cobrar indicação pessoal de Lula no STF?
Se na maior potência imperialista do globo a situação do negro é degradante, no Brasil ela continua caótica e os identitários e grande parte da esquerda pequeno-burguesa estão abraçando mais uma política inócua e conservadora que vai de encontro à verdadeira luta do povo negro: a luta de classes contra a burguesia e suas instituições reacionárias que massacram toda classe operária e minorias.
Quem promove esse massacre na população negra são os que hoje cobram hipocritamente um negro na Suprema Corte, que nem deveria existir. Existindo, como hoje, que seus ministros sejam eleitos pelo povo e com mandato revogável.
Essa atual campanha por um negro no STF não está considerando um requisito importante para ser ministro: a competência e notório saber na área do direito e do respeito à Constituição, independente de ideologia política ou religiosa.
O que está em jogo nessa farsa em prol de um negro no STF, cujo quadro já teve um de notório reacionarismo, inclusive indicado por Lula, é colocar mais um direitista a serviço das políticas direitistas e imperialistas na instituição que hoje comanda a República brasileira, pois 11 homens que não foram indicados pelo povo, nem tampouco respeitam Constituição alguma, interferem nos demais poderes acintosamente.
A direita que promove essa campanha quer promover mais um oportunista (no caso negro), mas não está nem um pouco preocupada com a maioria da população negra massacrada pelas polícias e instituições burguesas.
Por que nenhum desses identitários que quer ver mais um Joaquim Barbosa no Supremo não defende o fim do encarceramento em massa dos negros? Por que não pedem o fim das operações criminosas e sangrentas do aparato policial do Brasil nas favelas e bairros populares?
Ninguém pedirá, pois eles (os identitários, os pequenos-burgueses e a direita) são os responsáveis por esses crimes no país, nos Estados Unidos e demais países cuja população negra e operária está sendo dizimada.
É preciso mobilizar o povo e pedir a soltura de todos os presos nas cadeias do Brasil e dos Estados Unidos, mantendo nelas apenas os que de fato tragam algum perigo à sociedade. O fim de todas as polícias é uma necessidade urgente a cada dia, assim como o fim da guerra às drogas, cujo tráfico tem que ser descriminalizado.
O Estado brasileiro, sob comando da população, precisa destinar seus recursos para a promoção de emprego, educação de qualidade, renda, lazer, cultura e saúde nas comunidades.
Com mobilização popular, essa é única e principal receita para pôr fim a essa tragédia e guerra civil em que se encontra as nações.
Que Lula indique um ministro competente e independente de qualquer campanha farsante e golpista como essa que vem aporrinhando o presidente.
