Das tarefas exigidas pela revolução triunfante na Rússia em outubro de 1917 foi criada a primeira polícia secreta da União Soviética, que foi denominada de “Tcheka”. A criação da Tcheka foi uma resposta à necessidade de conter a organização da contrarrevolução liderada pelo chamado “Exército Branco”, composto pelos conservadores e liberais que queriam o fim da revolução.
Em um primeiro momento, essa tarefa ficou a cargo do Comitê Revolucionário de Petrogrado (VRK), o qual, sob as diretrizes do Comitê Central do Partido Operário Social Democrata Russo e do Conselho de Ministros da União Soviética, deu lugar à criação da Tcheka.
O dirigente revolucionário Felix Dzerzhinsky foi encarregado pelo Conselho de Ministros a desenhar o funcionamento da polícia secreta dos revolucionários, tarefa para a qual designou mais oito dirigentes bolcheviques. Os revolucionários encarregados organizaram a estrutura da Tcheka, que foi dividida em três seções com funções diversas: informacional, organizacional e de luta contra a sabotagem e a contrarrevolução.
Inicialmente, a polícia secreta dos soviéticos contava com o trabalho de 40 oficiais. Entretanto, rapidamente foi necessário aumentar a sua capacidade de atuação e, em meados de 1918, já contava com uma equipes desenvolvendo o trabalho de luta contra a contrarrevolução, contra a especulação e a bandidagem, inclusive investigando possíveis ações de cunho contrarrevolucionário dentro do próprio exército soviético.
Posteriormente, as funções da Tcheka foram limitadas por ordens do Conselho de Ministros da União Soviética, que retiraram de seu encargo as funções de investigação. Em fevereiro de 1918, a Tcheka deliberou pela necessidade da constituição de comissões locais de combate à contrarrevolução.
A partir dessa deliberação, foram criadas comissões locais em diversas cidades, destacando-se dentre elas a comissão da cidade de Moscou, a qual passou a servir como modelo a ser seguido pelas outras cidades. Em agosto de 1918, já havia em toda a Rússia cerca de 38 comissões da polícia secreta soviética. Além das comissões permanentes, em locais onde a situação fosse mais grave, eram formadas comissões extraordinárias.
Ao longo do tempo, a polícia secreta da União Soviética passava por constantes transformações, tanto na sua estrutura quanto na sua nomenclatura (GPU, OGPU,GUGB,NKGB,MGB,KGB) e finalmente terminou por servir aos interesses contrarrevolucionários, quando, na era dominada por Stálin, foi o principal organismo de perseguição e assassinato dos revolucionários de 1917.