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Histórico da repressão

19 de janeiro: Israel mata dois palestinos em campo de refugiados

Campo de refugiados de Jenin é cenário rotineiro do massacre de palestinos desde 1948

A investida militar do dia 7 de outubro de 2023, coordenada pelas organizações armadas da resistência palestina, sob a liderança do Hamas, contra o Estado fascista de Israel, foi um acontecimento histórico sem precedentes e de consequências muito importantes para a luta do povo palestino contra o jugo imperialista. Diferente do que diz a imprensa burguesa, a ação do Hamas não se tratou de uma atitude intempestiva ou imotivada, mas sim parte de uma guerra de autodefesa contra a exploração e o genocídio do povo palestino.

Ao longo desses 75 anos, inúmeros massacres e crimes de guerra foram sistematicamente cometidos pelo estado de Israel e, embora nenhum tenha sido tão sangrento e monstruoso quanto o que estamos testemunhando neste momento na Faixa de Gaza, várias vidas palestinas já haviam sido ceifadas como parte da empreitada imperialista de controle e exploração do Oriente Médio. Contudo, diferente de agora, essa violência de Estado se dava muitas vezes de forma dispersa, com assassinatos sumários diluídos ao longo do tempo e, também por isso, nunca contaram com grande repercussão ou denúncia nos veículos da imprensa burguesa nem de maior indignação da opinião pública.

Anteriormente aos acontecimentos do dia 7 de outubro, inclusive, vários assassinatos cometidos pelos sionistas ocorreram ao longo dos primeiros meses de 2023. Nesta matéria, iremos rememorar duas dessas vidas palestinas abreviadas pelo Estado de Israel, como forma de saudar a resistência heroica do povo palestino e de denunciar as atrocidades cometidas pela ocupação sionista.

Os aliados do sionismo frequentemente usam o argumento de que a investida contra Gaza seria justificada para combater o “terrorismo” do Hamas, uma vez que a organização está baseada naquela região. Se não bastassem os assassinatos já ocorridos em outras regiões palestinas como a Cisjordânia, região que não é sede do Hamas, desde o dia 7 de outubro, um exame do histórico de violências do Estado de Israel prontamente desmascara a farsa desse tipo de argumentação.

No dia 19 de janeiro de 2023, foi feito um ataque surpresa pelas forças armadas israelenses, durante a madrugada, contra o campo de refugiados de Jenin, localizado na Cisjordânia, em uma operação tipicamente fascista e muito similar às que são feitas pela polícia nas favelas do Brasil. O ataque israelense contou com um comboio de mais de 70 veículos armados, que invadiram Jenin com o pretexto de capturar Khaled Abu Zaineh, um dos líderes do grupo de resistência armado Jiade Islâmica Palestina, sedeado na Faixa de Gaza. Não tendo encontrado Abu Zaineh no local, as tropas sionistas prenderam ilegalmente seis palestinos, dentre eles dois dos filhos de Abu Zaineh. Além disso, no que sempre foi seu procedimento padrão, os militares sionistas desocuparam residências, apreenderam bens e dispararam contra a população local, atingindo vários palestinos e deixando pelo menos quatro pessoas feridas, algumas delas gravemente.

Uma das pessoas baleadas foi Adham Jabareen, homem de 28 anos e militante do grupo Brigadas de Jenin, outra das inúmeras organizações armadas que lutam em favor do povo palestino. Testemunhas presentes contaram ao jornalista palestino Mujahed al-Saadi que Jabareen foi baleado pelas tropas israelenses, não sendo, contudo, morto de pronto. Mesmo ferido, o rapaz conseguiu buscar ajuda e foi acudido por uma das filhas de Jawad Fareed Bawaqneh, um professor secundarista de 57 anos. Contudo, quando Bawaqneh tentou ajudar sua filha a carregar Jabareen para dentro de sua casa, foi atingido no peito por um franco-atirador israelense, em uma execução sumária. Tanto Bawaqneh quanto Jabareen morreram no local, antes que pudessem ser levados a um hospital.

A intenção do Estado de Israel de massacrar os palestinos fica também nesse caso muito evidente. Como se não bastasse o fato de dispararem abertamente contra a população, foi apurado que antes da operação, o exército israelense trabalhou ativamente para que ambulâncias e jornalistas permanecessem afastados de Jenin enquanto as tropas perpetravam os assassinatos, evidenciando o propósito não só de dar cabo da vida dos palestinos sem maior apelo, como também de que os atos do governo fascista israelense pudessem permanecer encobertos.

A operação do dia 19 de janeiro se insere dentro das investidas das forças armadas de Israel para controlar os territórios habitados pelos palestinos, o que já há muito tempo vem sendo feito através de ocupações criminosas na Faixa de Gaza e também da Cisjordânia, como é o caso do território de Jenin. Vale ressaltar que o assim chamado campo de refugiados se constituiu justamente a partir de 1948, quando da migração forçada de palestinos expulsos de suas casas pelos invasores sionistas.

Em luto pelas mortes de Jabareen e Bawaqneh, os habitantes do campo de Jenin deflagraram uma greve geral imediatamente após a confirmação das mortes, com fechamento de todos os estabelecimentos comerciais e educacionais. Registrou-se ainda o comparecimento de centenas de pessoas ao funeral dos dois palestinos assassinados. As vidas dos dois habitantes de Jenin mortos no dia 19 de janeiro se somaram a muitas outras perdidas pelos palestinos na guerra contra o fascismo israelense, perdas que continuam a aumentar a cada dia em que seguem os bombardeios genocidas na Faixa de Gaza. Não obstante, a população do campo de Jenin, um dos maiores exemplos da opressão sionista, também mostrou no dia 19 de janeiro que essas perdas humanas se dão em meio à luta justa dos militantes palestinos e só farão crescer a revolta e a resistência de todo o povo.

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