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Quem combate os generais?

100 dias de governo: crise institucional não superada

Flávio Dino está imitando Alexandre de Moraes, vai atrás de cachorro pequeno para fingir que está fazendo alguma coisa contra a direita.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou em seu Twitter, na última quinta-feira (6), que determinou à Polícia Federal que inicie uma campanha de “caça aos nazistas”. Tal seria um meio de responder aos ataques de grupos armados, que têm acontecido contra escolas e creches pelo país no último mês.

Ocorre, no entanto, que o “combate ao nazismo” apresentado pelo ministro Flávio Dino consiste em investigar meia dúzia de adolescentes aloprados. Ou seja, tal campanha deixa claro que as instituições estatais estão totalmente incapacitadas de combater o nazismo. Afinal, o nazista perigoso de verdade não é o cidadão que borda uma suástica em uma bandeira, mas o general que controla um exército de milhares de pessoas armadas e que é a base de sustentação da extrema-direita brasileira.

Contra esses, o governo não fará absolutamente nada – nem tem condições de fazer qualquer coisa. Então, em vez de reconhecer a incapacidade de combater a extrema-direita organizada ou de tentar opor ao movimento de massas fascista um movimento de massas operárias de tipo socialista – ou, que seja, de tipo democrático –, o governo está se lançando na campanha de fazer ações demagógicas e fantasiosas.

O direcionamento de recursos para que as polícias federais “combatam as organizações nazistas” não terá outra função a não ser de fortalecer o aparato repressivo do Estado e de prender um ou outro adolescente sem noção. Na luta real contra a extrema-direita fascista, nenhuma dessas políticas terá qualquer efetividade – até porque os próprios policiais são uma das bases de apoio de Bolsonaro.

Os nazistas mais perigosos, que instauraram o período mais sombrio do Brasil, a ditadura de 1964, que deram o golpe contra a Dilma, que colocaram Lula na cadeia e que fraudaram as eleições de 2018 para eleger Bolsonaro, não têm a menor necessidade de usar suástica para defender sua política. Afinal, são precisamente os generais que cumprem essa função – como não se lembrar, por exemplo, de Villas Boas ameaçando dar um golpe caso o STF julgasse um Habeas Corpus favorável a Lula?

Em relação a isso, que é o perigo real para as organizações de esquerda, o governo não fará absolutamente nada. Sequer é possível fazer qualquer coisa contra os nazistas de maior porte – como os generais – ou contra os de menor porte – os policiais – por meio das instituições burguesas. Portanto, sobra para o governo a infame tarefa de perseguir um ou outro adolescente com problemas psicológicos e tentar travestir isso de combate ao fascismo.

Na realidade, em relação problema específico dos massacres em escola, a solução de aumentar o efetivo policial, além de reacionária, é totalmente inócua. Mesmo que se quisesse considerar esses adolescentes como os verdadeiros nazistas, ter-se-ia de perguntar: isso é capaz de combatê-los? Fortalecer o aparato repressivo do Estado burguês, destinado a esmagar a população, para pôr fim em atentados que acontecessem uma vez a cada 5 anos – que aumentaram a frequência agora por conta da crise política e social pela qual o país passa – é um caminho razoável?

Evidente que não. O aumento da repressão, aliás, gera o efeito contrário, pois estimula essas pessoas – em geral, adolescentes. Além, é claro, de que a polícia nas escolas não servirá para combater os “nazistas”, mas para reprimir os alunos – sejam os que estiverem fazendo atos ilícitos de menor gravidade, como usar drogas, que nem deveria ser crime, sejam os que não estiverem fazendo nada.

A polícia nas escolas torna a situação intolerável. Fortalecer o aparato do Estado nessa medida, colocando os fascistas da polícia para reprimir os alunos em nome do “combate ao nazismo” é uma política tão sem sentido, que esbarra nas contradições mais básicas. Tal política é apenas um jogo de cena para esconder o fato de que o governo é impotente para combater o nazismo de verdade, organizado nos exércitos, cujos principais expoentes são os generais.

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