No dia 7 de julho, em 1937, se iniciava a Segunda Guerra Sino-Japonesa ou Guerra de Resistência Contra a Agressão Japonesa, que durou até o fim da II Guerra Mundial, em 1945, com a rendição do Japão. As estimativas chegam ao número de 20 milhões de mortos ao longo dos oito anos de guerra. Esta se configurou, apesar de iniciada no período anterior, como parte central da II Grande Guerra no Oriente.
A guerra teve como marca a brutalidade do imperialismo japonês, que invadiu a China supostamente após um incidente militar, conhecido como Incidente da Ponte Marco Polo, em que teria havido um desentendimento entre tropas chinesas e japonesas. Apesar disso, o conflito sino-japonês é muito anterior, com uma série de invasões e ataques militares japoneses, com alguns historiadores chineses considerando o início da guerra em 1931, quando da invasão japonesa da Manchúria. De 1931 a 1937, vários conflitos localizados ocorreram, até o crescimento em escala, a nível de guerra total, resultando na maior guerra no continente asiático no século XX.
A brutalidade japonesa
O Massacre de Nanquim, também como o Estupro de Nanquim, entre dezembro de 1937 e fevereiro de 1938, foi um episódio de destaque da ação do Império do Japão. Nesse período, milhares de militares e civis chineses foram submetidos a torturas, estupros e mortes brutais pelos japoneses. Se estima que pelo menos 20 mil mulheres e crianças foram estupradas, e que o total de mortos passou de 200 mil.
Outro exemplo da carnificina japonesa é a Unidade 731, unidade secreta dedicada a experimentos letais com seres humanos. As operações consistiam em injeção de doenças, desidratação controlada, teste de armas biológicas, teste em câmaras de pressão hipobáricas, vivissecção, retirada de órgãos, amputações e teste de armamento padrão.
O Partido Comunista Chinês, peça fundamental da resistência
Um fator fundamental para a resistência chinesa durante a invasão foi a tática de guerrilha estabelecida pelo Partido Comunista Chinês, que conseguiu frustrar os avanços japoneses, com operações de sabotagem e levou a força imperialista a adotar a política dos “Três tudos”, matar todos, saquear tudo, queimar tudo.
O conflito foi o responsável por um cessar-fogo na Guerra Civil Chinesa, entre o kuomintang, que adotava a perseguição política nacionalmente, e os comunistas, que lutavam contra o governo. Ao cessar-fogo se seguiu a formação de uma frente única contra o Japão. Além das guerrilhas e sabotagens, levantes operários ocorreram nos principais centros urbanos, desestabilizando a ocupação japonesa. Ao longo da guerra, o papel do partido comunista foi de destaque nas vitórias militares chinesas e, apesar da guerra civil, que continuou após a guerra, conseguiu uma série de conquistas estratégicas durante todo o período.