Em janeiro de 1978 tem início as manifestações, greves e enfrentamentos violentos da população do Irã contra a ditadura Pahlavi que irão culminar, em fevereiro do ano seguinte, na Revolução Iraniana, com a derrubada da monarquia absolutista pró-imperialista do xá Reza Pahlavi e no estabelecimento de um regime islâmico de tipo nacionalista. Um dos momentos cruciais do desfecho da Revolução Iraniana foi o retorno do Aiatolá (mais alto dignatário na hierarquia do islã xiita) Ruhollah Khomeini a Teerã, após quase duas décadas de exílio.
No dia 01/02/1979, Khomeini desembarcava de um Boeing 747 fretado a convite do próprio governo de Bakhtiar, tornado primeiro-ministro em 16/02/1979, no mesmo dia quem que o xá e sua família partem para o exílio no Egito. Em 5 de fevereiro, o Aiatolá declara um governo revolucionário provisório e nomeia o líder da oposição Mehdi Bazargan nacionalista religioso, como seu próprio primeiro-ministro, tendo início a chamada revolução islâmica. Em 11 de fevereiro, é declarada a vitória completa do novo governo, no mesmo dia em que o Conselho Militar Supremo declarou-se neutro na luta entre os dos regimes.
A revolução iraniana foi um dos acontecimentos mais importantes da segunda metade do século XX, promovendo importante modificação do cenário político internacional. A revolução expressou o descontentamento das massas operárias com o regime repressivo (de assassinato e tortura) corrupto, antipopular e capacho do imperialismo, que fez a desigualdade social aumentar exponencialmente, criando uma massa de miseráveis.
Embora as manifestações tenham começado com argumento religioso, primeiro artigo atacando o Aiatolá exilado, líder religioso muito popular no país, depois com os fuzilamentos em protestos, logo as manifestações passaram a contar com a participação massiva dos operários e paralisaram em várias oportunidades a economia do país com grandes greves e manifestações que mobilizaram milhões de pessoas.
A crise se estendeu por cerca de um anos até a derrubada do governo. Os erros do partido comunista e da esquerda e a falta de um partido operário revolucionário e socialista que se apresentasse como direção do movimento revolucionário com um programa claro de transformações sociais, fez com que o gigantesco movimento acabasse sucumbindo à ideologia religiosa e à política de tipo nacionalista.
A revolução ficou assim, no meio do caminho, limitada pela política burguesa do nacionalismo e pela ideologia conservadora xiita. Contudo, o Aiatolá Khomeini figura entre os grandes líderes de países atrasados que libertaram seus países, ao menos em parte, das garras do imperialismo mundial, esse sim o mais cruel, reacionário e terrível regime dos opressores.