O lacaio do imperialismo Guilherme Boulos foi o candidato a deputado federal mais votado no estado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos, o que configurou mais um dos golpes que o PT sofreu durante o processo eleitoral de 2022. Boulos organizou toda uma manobra para extorquir o PT a apoiá-lo como o principal candidato do “campo progressista” usando como moeda de troca seu apoio (que não significou absolutamente nada) à candidatura petista ao governo.
Os votos de Lula que deveriam ser transferidos a um candidato de seu partido foram todos para o que há de pior na esquerda nacional, um quinta coluna que está na folha de pagamento dos EUA.
O projeto Guilherme Boulos é antigo e já foi denunciado neste diário diversas vezes, inclusive com uma série de reportagens sobre as suas relações estreitas com o imperialismo norte-americano. Ele foi um dos principais golpistas da esquerda desde o movimento “Não vai ter Copa”, atuando contra o governo Dilma, dividindo a luta contra o golpe com sua frente farsa, se lançando candidato ao invés de apoiar Lula nas eleições de 2018, desmobilizando as manifestações de 2020 e de 2021 e se colocando a favor da infiltração da direita nessas manifestações.
O último golpe foi tramado a partir de 2020 quando Boulos, apoiado pela imprensa burguesa, foi o candidato à prefeitura de São Paulo passando por cima do candidato do PT, que naturalmente teria mais chances de vencer por ser do partido do ex-presidente Lula. A partir dessa candidatura Boulos ameaçava se lançar candidato ao governo de São Paulo em uma clara intenção de atrapalhar Haddad, o candidato já anunciado pelo PT e que, até as apurações de domingo, era considerado com amplas chances de vencer.
Utilizando a sua possível candidatura ao governo, que removeria as chances de Haddad vencer dividindo os votos da esquerda, Boulos impôs um “acordo” com o PT para que ele fosse o principal candidato da esquerda no estado e também o coordenador da campanha de Lula. O PSOL, assim, como um parasita apoiado pelo imperialismo, chantageou o PT para roubar seus votos no legislativo no principal estado da federação. E, visto que Boulos foi a peça principal, está claro que a manobra foi tramada diretamente de Washington, onde se encontra a sede do National Endowment for Democracy.
Esse não foi o único golpe do PSOL no PT nessas eleições: no Rio de Janeiro por exemplo o partido apoiou o PSB em seu golpe contra o candidato ao senado do PT. O candidato Alessandro Molon passou por cima do acordo feito no âmbito nacional e se lançou candidato dividindo os votos da esquerda e dando vitória para Romário, do PL. O PSOL entrou de cabeça nesse golpe apoiando o PSB em convenção nacional, indo contra a decisão do PT de manter André Ceciliano, como era o acordado. Guilherme Boulos pessoalmente gravou um vídeo apoiando o candidato lava-jatista financiado pela Fundação Lemann.
É preciso deixar claro que Boulos não é um fenômeno dentro da esquerda, é um bebê de proveta criado no Departamento de Estado dos EUA. Toda a sua “popularidade” provêm de financiamento do imperialismo e de uma cobertura positiva da imprensa burguesa. Ele é constantemente favorecido pela Folha de S.Paulo, foi divulgado pela revista Time como uma das principais figuras da América Latina no ano de 2020, é uma farsa, uma imitação barata de Lula que tem como único objetivo atacar o Lula real, esse sim inimigo do imperialismo.
A eleição de Boulos como deputado mais votado em São Paulo é mais artificial que a eleição do deputado Tiririca em 2010. Este representava mais uma indignação com o sistema político vigente do que Boulos, que é um golpista profissional, ou mais precisamente, um boneco dos maiores golpistas do planeta. Essa farsa deve ser denunciada desde já, a política de Boulos não tem nenhuma popularidade, seu único sucesso real é o de ser um sanguessuga de votos, um estelionatário, um farsante, um dos maiores inimigos do povo brasileiro “pela esquerda”.
O Partido dos Trabalhadores foi mais uma vez a vítima do golpe do PSOL. Para o seu próprio bem e o bem da classe operária é preciso mudar radicalmente sua política evitando que partidos insignificantes do ponto de vista da popularidade, como o PSOL, consigam golpear um partido de massas. O PT, mobilizando suas bases, teria a capacidade de impedir golpes de inimigos muito mais poderosos, ou seja, não teria dificuldade nenhuma em neutralizar a esquerda golpista.
A política correta é o quanto antes denunciar que o PSOL, bem com outros partidos da esquerda que são seus apêndices, é financiado pelos piores inimigos dos trabalhadores do Brasil e do mundo. É um partido que se tornou um lacaio dos EUA dentro da esquerda e atua ativamente contra toda a vitória dos trabalhadores e principalmente do PT e de Lula. Se submeter à alianças com o PSOL, assim como alianças com a direita, é o caminho para a derrota. É preciso se colocar abertamente contra o imperialismo e todos os seus lacaios, sejam de direita ou de esquerda.
O PT não precisaria se submeter à chantagem de Boulos para acabar com a sua candidatura ao governo de São Paulo, bastaria ─ por exemplo ─ aumentar o alcance das denúncias feitas pelo Diário Causa Operária sobre as suas relações com o imperialismo. Se Haddad denunciasse no debate que Boulos tem relações com Etchegoyen, com Raul Jungmann, com Sergio Moro, com o Global Americans e o NED, estaria de uma tacada só destruindo a candidatura de um quinta-coluna na esquerda bem como evocando a luta anti-imperialista e assim ganhando mais votos para si mesmo.
No segundo turno das eleições em que está em jogo impor uma grande derrota sob os golpistas por meio da eleição de Lula, é preciso mudar completamente a estratégia. É preciso abandonar todas as alianças com os parasitas que servem de peso morto na campanha de Lula. É preciso chamar os trabalhadores às ruas para lutar contra aqueles que financiam Boulos, que são os mesmos que colocaram Bolsonaro no poder em 2018. De Boulos e do PSOL apenas sairá o golpismo. É preciso imediatamente organizar uma mobilização de massas para derrotar Bolsonaro e todos os golpistas.