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Descaso público

Uso da polícia só agrava os problemas da Cracolândia

Entra e sai governo e a única coisa que sabem fazer com relação à Cracolândia é mandar a polícia, medida totalmente ineficaz que só agrava o problema.

As pessoas portadoras de problemas com álcool e outras drogas (AD) que estão em situação de rua no Centro de São Paulo, estão a cada dia sendo expulsas dos locais para onde vão e se espalhando pela cidade.  

Não é de hoje que o governo de São Paulo adotou uma política de “higienização” (que é a política do PSDB para resolver a miséria) da Cracolândia, como ficou conhecida a esquina da Rua Helvétia com a Alameda Cleveland, ou “Praça do Cachimbo”, onde pessoas em situação e de rua, usuárias de crack passaram a se concentrar. Lá é considerado um dos maiores espaços abertos de consumo de drogas do mundo.

O surgimento da Cracolândia ainda está relacionado com a degradação da área urbana da região da Luz depois que o terminal rodoviário foi desativado. É vergonhoso ver como uma cidade rica como a de São Paulo está há décadas abandonada pelo poder público, que não usa o dinheiro público para cuidar da cidade e da população, mas sim faz de tudo para dar dinheiro aos bancos.

Em 2012, o então governador Geraldo Alckmin, em parceria com o médico psiquiatra e presidente da Organização Social SPDM ligada à UNIFESP, Ronaldo Laranjeira, queriam internação psiquiátrica compulsória para todos os usuários de drogas da Cracolândia.

À época, foi feita uma campanha impulsionada pela imprensa burguesa e até foram criadas dezenas e dezenas de vagas exclusivas para internação de pessoas portadores de problemas AD. Entretanto, obviamente, não deu certo. Finalmente, não é isolando as pessoas, tirando elas das ruas, que o problema irá ser solucionado. Inclusive, nem foi preciso fazer o gigantesco número de internações compulsórias que acreditavam que iriam fazer, pois as pessoas querem se tratar e aceitam o tratamento. Afinal, elas querem viver a vida, mas sem miséria, descaso, humilhação e fome, algo que o programa de Alckmin não atacava.

Em 2014, já no governo João Dória, ele criou o programa “De braços abertos”, no qual as pessoas portadoras de transtornos ADs seriam encaminhadas para hotéis e trabalhariam na zeladoria da cidade recebendo R$15,00/dia. Logo nos dois primeiros dias, 300 pessoas já estavam inscritas no programa, que tinha 400 vagas. Obviamente não deu certo, até porque a lógica das organizações sociais é trabalhar com o mínimo de equipe para o máximo de pessoas/pacientes, e um trabalho deste nível necessita de equipe especializada, acompanhamento 24h e uma rede ampla de apoio, coisa que não recebe investimento digno por parte dos tucanos.

Em 2017, as ações policiais começaram a ficar cada dia mais violentas e descaradas, tanto ações da PM quanto da GCM (que se mostram mais fascistas ainda que a PM). Denúncias de agressão física, assassinatos, jogar água nas madrugadas frias nas pessoas que estão dormindo embaixo dos viadutos, roubar seus pertences, entre outras coisas, são ações orientadas pelos governos fascistas do estado e município de São Paulo.

A verdade é que, entre um programa mais ridículo que o outro lançado pelos governos da burguesia, o que eles mais sabem fazer é mandar a polícia para agredir e matar as pessoas. Pessoas que estão nesta situação de desespero em que a única forma que encontram para suportar a vida decadente imposta sobre eles é se drogando.

O desemprego, a miséria, a fome e inexistência de políticas públicas de saúde verdadeiras resultam na Cracolândia. Finalmente, é um fruto da crise social causada pelo capitalismo. A única coisa que as ações das polícias fazem é espalhar as pessoas oriundas da Cracolândia, causando insegurança e fechamento de comércios (causando ainda mais desemprego). A própria população já percebeu e tem protestado contra o governo que não quer gastar com programas sociais. 

Os problemas provenientes do uso/abuso de drogas, é questão de saúde pública, não de polícia.

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