O ato de 1º de Maio de 2021, organizado pelo PCO e por integrantes do Bloco Vermelho, quebrou a paralisia dos movimentos populares e deu início a uma série de manifestações ao longo do ano, revelando a impopularidade da política levada pela esquerda pequeno burguesa na época do “fique em casa”.
Durante os atos, o Bloco Vermelho aumentou exponencialmente de tamanho e continuou levando uma política combativa pela quebra da patente das vacinas, um auxílio emergencial digno, pelo Fora Bolsonaro e por Lula Presidente.
No entanto, parte da esquerda, impulsionada pela direita, tentou emplacar uma Frente Ampla com golpistas “cheirosinhos” supostamente contra Bolsonaro, para lançar um candidato da terceira via. Na última mobilização nas ruas, no começo de outubro, contrataram um carro de som monstruoso e convidaram esses direitistas para falar, revoltando a população, que não os deixou falar e gritava por “Lula presidente”.
Não conseguindo seguir adiante com a Frente Ampla, fizeram de tudo para acabar com as mobilizações massivas e desmarcaram todos os atos posteriores, colocando a realização dos tradicionais atos de 20 de Novembro e 8 de Março como parte da “agenda de lutas” destruída por eles.
O ato do chamado Dia da Consciência Negra foi uma demonstração das piores e mais oportunistas tendências da política frenteamplista. Em vez de organizar um dia de luta do povo negro, aproveitando o impulso dado pela sequência de atos anteriores, as direções que se apropriaram do movimento negro decidiram organizar uma cansativa, despolitizada e direitista manifestação, com muito canto de candomblé e choro, mas sem política.
Para exemplificar, um senhor negro disse a um militante do PCO: “É a primeira vez que venho num ato dos negros em que não se fala em desemprego”. Como se sabe, o desemprego é um dos principais problemas do povo brasileiro e atinge principalmente a população negra.
A tendência é que a mesma despolitização aconteça com o ato do dia das mulheres — quase meio ano depois.
Isso nos leva a outra questão. A paralisia causada pela esquerda frenteamplista prejudica fortemente a campanha presidencial do ex-presidente Lula (PT). Sem mobilização popular, a candidatura de Lula fica prejudicada, pois sua maior base de apoio é o povo. À medida em que as eleições se aproximam, fica cada vez mais claro que a burguesia não tem a menor intenção de apoiar Lula. Pelo contrário, a imprensa burguesa pretende travar uma verdadeira guerra contra o candidato petista.
Na semana passada, as Organizações Globo lançaram um pretenso documentário sobre o “caso Celso Daniel”, um ex-prefeito petista assassinado 20 anos atrás, dando a entender que o PT estaria envolvido e teria encomendado o homicídio. A imprensa golpista, aproveitou para “questionar” o porquê de Lula não “querer falar sobre isso”, iniciando a campanha de propaganda política contra o ex-presidente.
A política que está sendo levada pelos setores da esquerda que querem uma terceira via, é a de impedir a mobilização popular em torno de Lula. Alguns já começam a fazer propaganda de que tudo será resolvido nas urnas, tirando de cena a necessidade de ir às ruas. Essa ideia também é defendida por um setor do PT que, apesar de apoiar a candidatura de Lula, tem amplas ilusões nas instituições golpistas.
Por isso, torna-se cada vez mais importante a formação e fortalecimento dos Comitês de Luta com o objetivo central de reunir os setores populares para debater, organizar manifestações, tirar panfletos, jornais, adesivos, e todo o tipo de material para fazer uma intensa agitação em todo o País.