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Um governo Lula “democrático” não pode ter golpistas

Após a vitória de Lula a direita faz uma campanha pesada para controlar o novo governo por meio da infiltração de ministros golpistas, uma infiltração perigosíssima

Lula venceu as eleições presidências no último domingo. Após 6 anos da derrubada do governo do PT, uma prisão política de 580 dias e mais 3 anos de luta contra o bolsonarismo o ex presidente Lula retornará ao governo federal. Após a vitória todos aqueles que eram inimigos mortais do PT, os que estiveram por trás da derrubada da Dilma e da prisão de Lula querem ditar as regras do governo, querem ser ministros e influir na presidência. Lula foi eleito pela luta dos trabalhadores contra o golpe de Estado, os golpistas não devem ter um centímetro de seu governo.

O crescimento do bolsonarismo desde a sua vitória em 2018 até o ano de 2022 alterou a configuração da direita no Brasil. Os setores que dominavam a política nacionalmente como MDB e PSDB, estão quase totalmente falidos, o PSDB nem mesmo conseguiu manter o seu reinado no estado de São Paulo, perdendo tanto para o PT quanto para o candidato bolsonarista. Essa direita portanto perdendo sua base social, que migrou para o bolsonarismo, agora tenta se apoiar em Lula para se manter viva, como fica escancarado no caso Alckmin.

O mesmo vale para os setores da imprensa que foram a tropa de choque do golpe de Estado e da prisão de Lula mas que agora se colocam como os defensores da democracia. Se formou uma frente ampla em torno de Lula em que os “aliados”, que são verdadeiros pesos mortos, querem influir sobre o novo governo eleito. Jornais como a Folha de São Paulo, após anos de campanha contra Lula, agora se comportam como se fizessem parte do governo sugerindo a composição dos ministérios, é um verdadeiro escárnio.

A imprensa golpistas indica que o PT irá procurar o MDB e o PSD para discutir a formação do governo. Em 2016, 59 dos 67 deputados do MDB e 29 dos 37 deputados do PSD, 88% e 78% respectivamente, votaram pela derrubada da presidenta Dilma. Em 2022 por sua vez o “apoio” de Simone Tebet não teve resultado nenhum para Lula não houve nem mesmo a transferência de votos no Mato Grosso do Sul, seu estado de maior influência. O PSD por sua vez “apoiou” Lula em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro com as prefeituras e em ambas as cidades ele foi derrotado por Bolsonaro.

O mesmo jornal golpista indica que o PT procurará os setores do agronegócio, nome fantasia do latifúndio, para formar a base do governo. Esses setores não só foram os mesmos que também votaram contra a presidenta Dilma como que fizeram uma campanha pesada em defesa de Bolsonaro em 2022 garantindo sua vitória em todo o Centro-Oeste e no interior de São Paulo. É preciso deixar claro que a imprensa burguesa é a campeã das fofocas, hoje em dia chamadas de “fake news”, e essa fofocas tem o objetivo claro de pressionar o PT a direita.

A maior de todas essa fofocas é um artigo da Folha de SP que afirma que o nome mais forte para o ministério do desenvolvimento, da indústria e do exterior seria o atual presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva. A federação das indústrias de São Paulo ficou nacionalmente conhecida no ano de 2016 por ser uma das principais protagonistas dos atos coxinhas pela derrubada da presidenta Dilma, com seu inesquecível pato gigante em na Av Paulista. A FIESP é a organização dos patrões em São Paulo, inimiga por essência das bases de Lula.

A campanha da direita para controlar o governo Lula é fortíssima. Uma das artimanhas é justamente superestimar o valor que tiveram os “aliados” para a eleição de Lula. Mas como foi descrito acima esses setores foram um peso morto na campanha, jogaram contra Lula desde o princípio. Alckmin e a FIESP não deram a vitória a Lula em SP Tebet não deu vitória no MS, Leite não deu vitória no RS, Paes não deu vitória no RJ. O que garantiu a vitória de Lula foi a gigantesca mobilização dos trabalhadores que se formou contra o golpe, ou seja, justamente contra esses aliados.

Sendo assim, o caráter do governo Lula deveria assumir um caráter de luta contra o golpe. No ministério da agricultura é preciso não de um latifundiário, inimigo dos trabalhadores rurais e indígenas, mas sim de um membro do MST, movimento de mais de um milhão de trabalhadores. O ministério da indústria deveria ser composto por trabalhadores da indústria, membros da Central Única dos Trabalhadores, que representa dezenas de milhões de operários de todo o Brasil. E essa regra pode se aplicar para todos os demais cargos importantes do governo.

O governo Lula enfrentará uma fortíssima resistência do bolsonarismo, impulsionado pelos empresários brasileiros. A presença de golpistas dentro das fileiras do governo Lula apenas o enfraqueceria e é isso que deseja a imprensa burguesa. Como afirmou o editorial do Estadão “o resultado estreitíssimo – nunca um candidato a presidente da república havia ganhado a eleição com tão pequena margem de vantagem – confirma a importância de ter havido um segundo turno.” A burguesia expõe sua posição, é preciso que o governo Lula seja fraco.

Diante do congresso e dos governos bolsonaristas o governo Lula não pode hesitar, é preciso que se imponha para que possa aplicar a sua política. Contudo não será com os falsos aliados que isso será possível, para onde então Lula deve se voltar? Para aqueles que são sua base, aqueles que o elegeram, os trabalhadores. Lula não só deve compor um governo de trabalhadores, baseado sobre as suas organizações como deve também governar sobre as bases de uma gigantesca mobilização popular. Esse é o único caminho.

Outros países da América Latina demonstram que essa é a saída para o governo Lula. Na Bolívia o movimento golpista contra o MAS segue forte e é combatido pela mobilização liderada pelo próprio Evo Morales. Mas o caso da Venezuela é ainda mais emblemático, o governo Maduro, a cada investida golpista do imperialismo, se torna cada vez mais baseado da ampla mobilização das massas. São muito comuns os comícios vermelhos, ao estilo do que fez Lula neste segundo turno, não como forma de se reeleger mas sim de governar.

Esse é o caráter democrático que deve ter o novo governo Lula. Não a falsa democracia do coronel Ciro Gomes, da assassina de índios Simone Tebet e dos demais latifundiários, dos golpistas do MDB e da FIESP. Mas sim a democracia das ruas, um governo baseado na classe operária e nas suas organizações de luta, nos trabalhadores da cidade e do campo.

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