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Lula Presidente!

Últimos dias devem ser de intensa agitação nos bairros populares

Contra o clima de euforia, é preciso estimular a desconfiança, mostrar claramente que a direita prepara novos golpes, enfrentá-los e derrotá-los com a mobilização

Realizou-se no último domingo (23), a Plenária dos Movimentos Sociais de Mobilização por Lula Presidente. O evento foi realizado on line, com a participação de algumas centenas de representantes de partidos, entidades sindicais, organizações dos movimentos populares etc..  Longe de ser uma verdadeira plenária, com a possibilidade de uma participação efetiva dos representantes, em um momento crucial para a luta do conjunto dos explorados, apenas cinco integrantes da “coordenação” usaram da palavra e procuraram, junto com os companheiros que apresentaram o evento – João Paulo, do MST,   e Juvândia Moreira, da Contraf/CUT-CUT -, estabelecer um clima de animação com a possibilidade de vitória de Lula no segundo turno das eleições presidenciais, sem se ater – de fato – aos graves problemas que estão colocados.

Otimismo e realidade

Mesmo se tratando de uma reunião de militantes (em sua maioria dirigentes da esquerda), de um modo geral, todos os expositores deixaram de lado uma apreciação da realidade, uma análise da situação na reta final da campanha, marcada por uma intensificação da polarização política e por um segundo turno no qual evidenciou-se um crescimento significativo do apoio à candidatura do presidente golpista Bolsonaro, o que o levou nos últimos (segundo as nada confiáveis pesquisas eleitorais) a uma situação de empate técnico (dentro da margem de erro) com o candidato da esquerda, das organizações de luta dos trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva.

Os dirigentes que falaram na live, repetiram a tática comum à maioria da esquerda e da burocracia sindical de apresentar sempre, qualquer situação como sendo positiva, próxima da vitória, ao invés de enfrentar claramente os problemas colocados e colocar a questão de dar a devida luta em torno do objetivo declarado de todos os participantes, neste momento, que é garantir a vitória do candidatos dos trabalhadores contra o candidato da burguesia (ainda que muitos procurem apresentar a situação de outra forma, como uma suposta luta do “bem contra o mal”).

Com esta perspectiva fizeram intervenções dirigentes com responsabilidades reais na campanha e lideranças entre os amplos setores das organizações populares, como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente do Partido, Rui Falcão, e políticos que se apoiaram no prestígio do PT e, principalmente, de Lula e em acordos supervantajosos, para eles (como serem apresentados como candidatos preferenciais), para auferirem vantagens eleitorais, como dirigentes do PSOL, Guilherme Boulos (eleito deputado federal),  e o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (eleito senador).

Na maioria das intervenções o que se viu foi uma “exaltação” da atividade dos militantes, em uma campanha que foi marcada pela contenção dessa atividade, como se notou em todo o primeiro turno, onde os atos foram realizados com cercas, catracas, muitas vezes em locais fechados, revista etc. , além de inúmeros e enfadonhos discurso de políticos tradicionais que se disfarçaram de apoiadores de Lula (na realidade, se apoiaram no ex-presidente) que em nada interessavam ao público que tinha interesse real em ouvir Lula e que afugentaram parte da militância.

A Plenária foi realizada na reta final do segundo turno da campanha, no qual claramente deixou-se de lado toda o sistema restritivo anterior, por iniciativa clara da maior liderança popular do País, que arrastou multidões às ruas, buscando um contato direto com o povo trabalhador, abandonadas as cercas,, catracas etc. e com uma sistema de segurança feito em boa medida pelo próprio ativismo, como defendemos desde o início da campanha.

Nas intervenções dos dirigentes, no entanto, isto não se expressou. Pelo contrário, ao apresentarem as “orientações” para a última semana de campanha, mesmo não faltando palavras em apoio à mobilização popular, nas ruas etc. nenhuma orientação concreta sobre o tema, expressando uma firme decisão do comando da campanha em torno disso, se ouviu.

Em sentido oposto, se anunciou que a campanha de Lula terá, nesta semana, apenas uma atividade de massas, nas ruas, no próximo dia 26 (quarta) em São Paulo, com uma caminhada pelas ruas centrais da cidade.

Eixo nos problemas econômicos

O amálgama e as frases, supostamente, de efeito, substituíram uma necessária orientação clara. Assim junto com o discurso de que seria necessário ter foco nas questões econômicas que dizem respeito à vida de dezenas de milhões de trabalhadores que precisam ser conquistados para apoiar Lula, também se viu – abundante – as frases em torno de fazer a “semana da campanha pela paz”,  “pela democracia”,  “pela vida” e outras generalidades típicas da política burguesa que mostraram seu fracasso na erosão do chamado “centro” (direita tradicional) nestas eleições.

Junto com a ênfase na atividade de rua, que forrou o País e vermelho nos últimos dias e se impôs contra a orientação política majoritária no comando da campanha, algumas intervenções reforçaram a defesa da “militância nas redes sociais” sem resultados reais entre a imensa maioria dos setores que precisam ser arrasados da influência do bolsonarismo e/ou mobilizados para superar a ameaça de abstenção entre parcelas importantes do eleitorado que apoia a candidatura de Lula. Nenhuma orientação concreta também sobre como organizar a luta de quem sofre (e vai sofrer ainda mais) pesadas pressões e coerção para que não vote no candidato do povo trabalhador, diante do que o que se vê são apenas denúncias ao inútil Ministério Público e ao Judiciário golpistas.

Carências e falta de iniciativas coletivas

O comando assinalou ainda a “carência de material que cubra todas as atividades que temos para fazer”, mas não apontou nenhuma medida, como um necessário chamado à mobilização da militância, das entidades de luta dos explorados, para dar a batalha pelos recursos necessários para que as carências sejam supridas.

Ficou patente também a crença de parcelas da direção nas meias medidas adotadas pelo judiciário, que realizar uma grande encenação para aparentar isenção,  como na decisão de permitir que o transporte gratuito possa ser efetivado nas regiões, mediante decisão de prefeitos e governadores, em sua maioria da direita. Uma decisão que para se impor e ser efetiva, necessita de uma grande mobilização popular, para impedir a sabotagem e até o lockout dos tubarões do transporte coletivo e dos governos da direita golpista.

Ir além das palavras, mobilizar pela vitória de Lula

Contra o clima de euforia, é preciso estimular a desconfiança. Mostrar claramente que a direita prepara novos golpes. Que  a burguesia, preocupada com a enorme possibilidade de derrota, como se evidencia na queda da Bolsa, tende a partir para cima e defender seu candidato a todo o custo. Que não se pode acreditar em pesquisas que mostraram – uma vez mais – uma farsa absoluta, já no primeiro turno.

Ao contrário do que enfatizou Flávio Dino (PSB-MA) sobre o suposto caráter “fortemente emocional. da situação, que tornaria necessário – segundo ele – “ter bandeira e hino nacional, pai nosso” etc. é preciso impulsionar a perspectiva combativa que emana das próprias mobilizações pelo País afora, nas quais o ativismo e o povo trabalhador pintou as ruas de vermelho. E onde Lula tratou de problemas concretos do povo, com apoio muito superior aos políticos que falam de generalidades e do “uso do branco” e “da paz”.

Por detrás de bravatas e discursos de suposta coragem de políticos medrosos  e malacos (muitos dos quais apoiaram o golpe e/ou a prisão de Lula)  – que impuseram m campanha com Lula cercado e restrito no primeiro turno – é preciso intensificar nesta reta final a campanha junto ao povo, nos bairros operários, disputando e colocando ainda mais na defensiva a direita bolsonarista.

Corpo e luta política

O combate à coerção e à ditadura dos patrões (“assédio”), deve ser feito de forma concreta (e não com palavras e crença na justiça). É preciso mobilizar os sindicatos, ir para cima dos patrões que ameaçam os trabalhadores, Agitar nas portas de fábricas, organizar atos e, se preciso, paralisações e tudo o que for necessário.

Contras as tentativas de intimidação dos bolsonaristas, ocupar as ruas, com um mar de vermelho, antes e no dia das eleições para garantir a vitória de Lula.

Os setores classistas da CUT, dos Sindicatos, dos partidos de esquerda têm que orientar a superação da política defensiva dos setores direitistas que apoiam a frente ampla. Na prática, multiplicar os atos e atividades, do corpo-a-corpo, panfletagens e todo o tipo de atividade  junto ao povo trabalhador.

Para lutar pela vitória de Lula e do povo explorado contra Bolsonaro e toda a direita, por um governo dos trabalhadores.

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