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Caos na saúde de São Paulo

Trabalhadores da saúde em SP adoecem pelas condições de trabalho

Com alta carga de trabalho e remuneração baixa servidores têm estresse físico e mental diminuindo imunidade e favorecendo contágio por Covid e Influenza

desde o inicio da pandemia da covid 19 equipe do hm trabalha arduamente para recuperar os pacientes acometidos com a doenca foto marcel vital 1

Há dois anos os profissionais da saúde que foram elevados à figura de heróis no combate à pandemia, continuam a sentir na pele o caos da saúde pública em São Paulo e em todo o país. Os servidores da saúde que só na cidade de São Paulo pagaram com a vida o combate à pandemia foram 107 servidores e milhares de afastamentos até mesmo com graves sequelas.

Agora com a chegada da Ômicron e o crescimento generalizado das infecções por influenza, que também deu origem a milhares de casos de Flurona, que é a infecção conjunta pelos dois vírus gripais ao mesmo tempo, explodiu a contaminação entre os servidores da saúde em São Paulo.

Em menos de um mês o número de profissionais de saúde afastados por Covid-19 na cidade de SP praticamente triplicou, com um aumento exponencial em janeiro de 140.8% de afastamentos na rede pública da capital por síndrome gripal. Não bastasse a alta da contaminação e a inexistência de políticas efetivas de combate à proliferação dos vírus por parte dos governos, o desgaste físico dos servidores gerado pelas altas sobrecargas de trabalho nos hospitais públicos do país tem elevado o adoecimento de trabalhadores e mortes.

Há anos os sindicatos, como o Sindsep em São Paulo, cobram a realização de concursos para a contratação de milhares de servidores que possam dar conta da demanda que já não era suprida em tempos pré-pandemia e agora ficou caótica. No entanto, a resposta para os servidores em São Paulo foi a Reforma da Previdência que com o apoio de toda a direita na Câmara dos vereadores aumentou os descontos nas folhas salariais dos servidores para 14%, aumentando o arrocho salarial.

Além de não haver contratações os salários se encontram congelados há anos seja no município, seja na rede estadual de saúde. Toda essa situação leva milhares de servidores a se sujeitarem a jornadas desumanas de trabalho, com trabalhadores dobrando jornadas que chegam a até 36 horas sem descanso, seja com horas extras, seja com outro emprego para que estes trabalhadores consigam dar conta do elevado nível do custo de vida imposto pelas políticas golpistas no país.

Na cidade de São Paulo um técnico de enfermagem trabalhando na rede pública ganha entre R$ 2.278,37 (média do piso salarial de acordos, convenções coletivas e dissídios) e o teto salarial de R$ 4.095,73, sendo que a média salarial fica em R$ 2.496,33 para uma jornada de trabalho de 38 horas semanais. A média salarial dos técnicos fica R$ 1.050,00 abaixo do valor do piso salarial nacional pedido pelas entidades de classe e que se arrasta no Congresso Federal, com os congressistas da direita tentando dar mais um golpe contra os trabalhadores.

Há anos propostas de efetivação e elevação de um piso salarial nacional ficaram engavetadas no Congresso Nacional, com a pandemia e as pressões sociais e trabalhistas por valorização dos profissionais e atendimento da população, o projeto foi para plenário em 2020, no entanto após 2 anos segue sem aprovação.

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Após muita enrolação o projeto que institui o piso salarial da Enfermagem, terminou 2021 aprovado no Senado instituindo um piso de R$ 4.750,00 para enfermeiros; sendo 70% desse valor para técnicos de enfermagem (R$ 3.325) e 50% (R$ 2.375) para auxiliares de enfermagem. O texto prevê também que acordos individuais e coletivos respeitem o piso estabelecido em lei, que será atualizado, anualmente, com base no Índice de Preço ao Consumidor (INPC).

Mas como não há boas notícias em um país vítima de golpe de Estado, após os 18 meses de tramitação no Senado, o Projeto aprovado enfrentará uma nova e provavelmente longa jornada pela frente, com os golpistas da Câmara dos Deputados criando uma infindável pauta de um novo processo de audiências públicas, discussões em comissões e entraves de entidades privadas.

Segundo a presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren/ES), Andressa Barcelos:

A Câmara dos Deputados criou manobras para não colocar o projeto em pauta. Só que a gente está aí, como mais uma quarta onda da pandemia se levantando, provavelmente. É isso mesmo que a sociedade quer? Que a gente continue em uma guerra para atender o interesse da sociedade sem um salário digno para fazer isso? Até quando a enfermagem vai ter que se submeter?

Com toda a situação aqui descrita de baixos salários, uma falta gigantesca de funcionários na saúde por falta de contratações, o número de profissionais de saúde na rede pública do município de São Paulo afastados após terem contraído Covid-19 / Infleunza / Flurona. De acordo com balanço da própria prefeitura, em 9 de dezembro do ano passado, a cidade tinha 90 profissionais afastados pela Covid – entre médicos, enfermeiros, agentes de saúde e auxiliares de enfermagem. Quatro semanas depois, no dia 6 de janeiro de 2022, já eram 269 registros, um crescimento de 198,8%. Com as outras síndromes o quadro piora, no mesmo período de comparação, os registros passaram de 502 para 1.209, um aumento de 140,8%. Ao todo no último dia 6 de janeiro o município administrado pelo fascista Ricardo Nunes teve 1.585 profissionais de saúde da rede pública afastados do trabalho por contaminação.

De acordo com Vanessa Araújo, representante do Sindicato dos Médicos:

É um número alarmante, é um número absurdo e não tem como aceitar isso de uma forma tranquila. A gente já imaginava que isso ia acontecer, porque além do fato de vivermos uma pandemia, e de uma epidemia sobreposta [de Influenza], a gente tem profissionais que por estafa e cansaço acabam tendo uma exposição maior pra acabar se contaminando. O adoecimento desses trabalhadores não é só por estarem expostos ao vírus, mas por questões de um trabalho levado ao extremo e de cargas horárias absurdas que aumentam a quantidade de contaminação

Nos hospitais da capital administrados pelo governo estadual, o caos é o mesmo.

De acordo com denúncias recebidas por este jornal, a crise com a falta de funcionários é tamanha que nos hospitais gerais as farmácias internas ficam fechadas nos finais de semana, feriados e turnos das noites, faltando medicações para os pacientes nestes períodos. Apesar de terem ocorrido contratações emergenciais no último ano para os hospitais estaduais da capital, o número de servidores é insuficiente, com o mesmo quadro se repetindo, baixos salários, estafa por altas e absurdas cargas horárias de trabalho. Nos hospitais estaduais é comum e diário o chamado aos servidores para realizarem horas extras por conta do exíguo quadro de funcionários.

É necessária a mais ampla mobilização dos servidores públicos da saúde e seus sindicatos, assim como a organização de comitês de luta dos servidores da saúde e da população para organizarem a denúncia do verdadeiro caos colocado para os trabalhadores da saúde e para a população, para defender a sua vida, seus salários e condições dignas de trabalho e atendimento para o povo.

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