Três meses se passaram desde a passagem da manutenção e modernização dos semáforos paulistas para a iniciativa privada, e as falhas no funcionamento dos semáforos continuam acontecendo. A prefeitura declarou esperar uma economia de R$7,3 milhões. Foi feito um contrato de R$3,836 bilhões, por 17 anos de prestação de serviços, que inclui a troca de todo o sistema por equipamentos inteligentes.
O contrato foi assinado pela prefeitura de Ricardo Nunes (MDB) depois do Tribunal de Contas do Município autorizar um adicional sem licitação à empresa Iluminação Paulistana S/A de R$ 1,8 bilhão no contrato da PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública para remodelação do sistema de semáforos de toda a cidade de São Paulo.
A prefeitura calculou que, em 90 dias, tudo seria resolvido e todos os semáforos com defeito seriam trocados pelos inteligentes, pois foi a propaganda feita como prioridade pela concessionária responsável e, durante os primeiros quatro meses, a prefeitura gerenciaria o serviço.
No total, são 25 mil semáforos na área urbana da capital paulista, 170 apresentavam defeito em setembro e havia ainda roubos de cabos: um total de 231 quilômetros de fios e cabos foram furtados na capital paulista entre janeiro e junho de 2022. Em 2021, nesse mesmo período, haviam sido furtados a metade dessa quantidade de cabos.
Três meses depois dos R$1,9 bilhões repassados à PPP e os defeitos nos sinais continuam sendo relatados nas ruas e avenidas de São Paulo. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que a cidade tinha 97 cruzamentos com falhas em semáforos. Destes, conforme a CET, apenas 15 foram resultantes de furtos ou vandalismo. São 80% de semáforos em pane por defeitos. Diversas reclamações foram relatadas pela CET através de seus canais de comunicação com o público.
O serviço de tráfego dentro das cidades tem que ser controlado pelo estado, é uma ocorrência que afeta diretamente a vida dos trabalhadores. A iniciativa privada não tem condições de atender ao bom funcionamento de equipamentos justamente porque se importa única e exclusivamente com seus lucros.
O objetivo principal da burguesia é o lucro, querem iniciar qualquer negócio com o lucro em primeiro lugar, depois avaliam a possibilidade de melhorias, se houver acréscimos nos contratos, por exemplo. O fim disso é o gasto maior de dinheiro público com um atendimento pior do que o oferecido pelo próprio governo.
O prejudicado duplamente é o trabalhador, que, além de não ter o serviço adequado, os que participarem como funcionários das empresas terão seus salários negociados para menos, a ponto de receberem o mínimo possível, o que vai acabar gerando piora no serviço da empresa e piora na vida do trabalhador. O serviço tem que ser 100% feito pelo governo.