Uma noite carmim,
Os sonhos na janela entreaberta e um vento fino
As flores descalço,
O pestanejar das palmeiras carregadas.
Fertilidade pesando o torso da mãe dos sete braços.
A deusa dos corais a sofrer cada um dos males humanos.
O silêncio sorrateiro,
Solerte pelos ossos de inverno, pela tez de verão.
A fome. Sobre ter o grão. Sobre não ter o pão.
Sobre o trabalho, e deus.
Se deus quiser, chega.
Chora a criança. E a velha ainda sorri de leve.
O cabelo penteado. Bom asseio de donzela.
A vida mansa. A vida cheia.
Meu pai me disse: “minha filha”.
A história é uma gestação de traços.
Alinhavados pelo destino das suas famílias,
Os sete irmãos;
Da mãe. Do pai.
Da ordenha dos dizeres, das cidades novas.
Os filhos, netos, bisnetos. A classe mesma.
E a escola, ortodoxa. Traço a traço.
Se deus quiser chega.
O cansaço: imperativo.
Nódulos torcidos, enlaçam um motor quente
Tensão dos consumidos
Das lições diárias do “sol a sol”.
Coloridos.
Primazia, de fato, num cantil de gestação
O líquido a balouçar os processos
Da célula una
Ao embrião feito.
A lua cheia. As dores do parto.
Com ou sem fórceps.
Nasce.