Nessa sexta-feira (9), Lula resolveu antecipar a indicação de alguns ministros de seus ministros mais importantes. O anúncio antecipado foi de 5 pastas: José Múcio Monteiro para a Defesa, Flávio Dino (PSB) para Justiça e Segurança Pública, Rui Costa (PT) comanda a Casa Civil, Mauro Vieira fica com as Relações Exteriores e Fernando Haddad (PT) será o ministro da Fazenda.
A indicação antecipada foi feita sob pressão da burguesia, que considera importante conhecer esses nomes já nesse momento para poder tentar controlar melhor o governo. Segundo a imprensa burguesa, os nomes foram antecipados para facilitar a negociação da PEC da Transição. A aprovação desta PEC é para que o governo Lula tenha recursos no Orçamento de 2023 para o aumento do Bolsa Família, que deverá ser de R$ 600 por família e mais R$ 150 para cada criança de até oito anos de idade.
Lula afirmou que os nomes foram escolhidos porque já estavam definidos e para que eles possam responder a assuntos do novo governo. Ele também definiu que os oficiais-generais mais antigos da Marinha, Exército e Aeronáutica, irão assumir o comando de cada uma de suas corporações.
A burguesia se mostra satisfeita com a movimentação e com as indicações de Lula. O companheiro Rui Costa Pimenta comentou os indicados em sua conta no Twitter. Ele diz o seguinte:
“Os nomes que Lula apresentou compõem o ministério da colaboração de classes. Com a exceção de Haddad e talvez das relações exteriores, o resto não merece a menor confiança em particular Flávio Dino que vai reforçar o caráter profundamente antidemocrático da Justiça brasileira”.
A indicação de Flávio Dino é a que mais chama atenção, de fato. Um político ligado a oligarquias do Maranhão, que realizou a entrega da Base de Alcântara para os norte-americanos, debandou do PC do B para o PSB, um partido de direita. Além disso, durante as eleições de 2018, tentou articular um apoio da esquerda à candidatura do abutre Ciro Gomes. Dino também chegou a dar palanque para Aécio Neves no Estado do Maranhão, em 2014, quando este concorria com Dilma Rousseff. Isso mesmo tendo declarado que iria votar na candidata do PT. Ou seja, trata-se de um traidor da pior espécie.
É evidente que a política de Lula seria a de procurar a colaboração com a burguesia. No entanto, o momento político atual não é o mesmo que em 2002 e apostar nesta política pode ser algo muito perigoso para o futuro governo. Neste momento de crise e polarização, a política correta é mobilizar a classe trabalhadora para defender o governo Lula e possibilitar a implantação de uma política que favoreça a população e a soberania do Brasil.