No início do mês de junho, quando o PCO foi incluído no grotesco inquérito das “fake news” por denunciar a conspiração do Judiciário contra o povo brasileiro, nos deparamos com uma sequência de colocações absurdas da senhora Marcia Tiburi:
Trocando em miúdos: a polícia, o STF, o Judiciário e mesmo o Executivo não podem ser criticados. Assim como… na Revolução Francesa? Não, não: assim como na ditadura militar, na Alemanha Nazista e na Itália Fascista. Ou até pior! Das duas uma: ou as tais instituições são divinas, impecáveis e infalíveis — o que está em contradição com o que prega(s) Tiburi, para quem até o c* deve ser laico — ou as instituições são tão podres que, caso deixem o povo falar livremente, elas logo veem abaixo.
Ninguém acredita que a Justiça seja perfeita. Basta ver o exemplo que a própria Tiburi traz: Lula, que decidiu “confiar” na Justiça, ficou 580 dias jogado em um calabouço. Hoje residindo na França, talvez a “filósofa” nunca tenha participado de um carnaval, que, se seguíssemos o que Tiburi diz, deveria se chamar de “festa nacional de ataques às instituições democráticas”, já que chovem críticas às autoridades. Verdade seja dita, nem mesmo Tiburi quis “bancar a confiança na Justiça”. Afinal, em vez de ficar em casa rezando para que o STF varresse o bolsonarismo do mapa, decidiu comprar uma passagem só de ida para Paris.
Eis que, agora, tudo o que Marcia Tiburi disse sobre o Judiciário vem abaixo. Uma juíza — ou deveríamos dizer uma “santa juíza” — praticamente obrigou uma criança de 11 anos que foi estuprada a não abortar e seguir com a gestação. Eu, que não respeito instituição alguma, acho uma monstruosidade. Mas e Tiburi, vai bancar a confiança na Justiça?
Pelo visto não…
Chamar uma juíza de “desumana” é, até onde sei, uma crítica — ou, se preferir, um “desrespeito”.
A contradição da seita do tiburismo é bem simples de entender. Quando o ataque aos direitos democráticos vem de uma instituição muito poderosa contra um partido de esquerda, quando se trata de um plano geral da burguesia para aprofundar a ditadura, devemos nos curvar e respeitar. Quando se trata da conduta de uma juíza dos cafundós de Judas — um “skinhead de toga” pobre —, os tiburistas podem dar aquela criticada para pagar de radical. E por criticada, entendam: publicar um tuíte de seu celular e no minuto seguinte voltar para a sua xícara de café parisiense.