O salário do trabalhador tem valido cada vez menos no Brasil. O mês de maio de 2022 apresentou uma queda de 5,6% no valor do salário médio de contratação em relação a maio do ano passado, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A inflação está pesando no bolso do trabalhador, algo proveniente da política neoliberal do governo Bolsonaro.
Em maio de 2021, o salário médio real de admissão era de 2.010 reais, enquanto que, em maio de 2022, o valor ficou em 1.898 reais. Isso representa um peso muito grande no bolso do trabalhador, que tem que lidar com frequentes aumentos da inflação sem o reajuste adequado para sua sobrevivência.
O governo alega ter criado 1,05 milhão de vagas formais de emprego em 2022. Contudo, isso não significa uma melhora de vida do povo brasileiro, já que tem trabalhado mais e recebido menos. Isso se os dados forem verdadeiros, o que não parece ser o caso tendo em vista a proximidade das eleições. Ou seja, o capitalismo está atuando conforme reza sua cartilha: sugando até a última gota de sangue do trabalhador.
A imprensa e a burguesia, em geral, põem a culpa desse quadro na inflação alta e no desemprego. Realmente, essas são uma causa da corrosão da renda da classe operária. Todavia, o cinismo burguês aponta o sintoma sem assumir sua própria responsabilidade pela doença. O capitalismo, baseado na especulação rentista, cobra seu preço, e quem paga a conta é quem trabalha (hoje em dia, podemos dizer em “quem tem o privilégio de trabalhar”).
Sendo verdade que inflação e desemprego são os motores da tragédia social que vivemos, devemos, então, apontar as razões de sua existência. Em primeiro lugar, vivemos em uma acentuada política neoliberal, que privilegia o capital financeiro em detrimento da produção. Bolsonaro é o responsável por tocar essa política adiante, mas a pedra fundamental do neoliberalismo é o golpe de Estado contra o PT, com amplo apoio da burguesia e imprensa tradicional.
As privatizações e o sucateamento dos serviços públicos são práticas relevantes no neoliberalismo. Assim, vemos os exemplos da entrega da Petrobrás e da Eletrobrás na mão de acionistas estrangeiros, que enchem os bolsos enquanto o povo padece para pagar por energia e combustível, produtos que influenciam fortemente o aumento do custo de vida e deterioração da renda do brasileiro.
Aqui, temos o principal inimigo do povo brasileiro: o imperialismo. Sem sua ajuda, não haveria golpe, neoliberalismo e nem Bolsonaro. O Imperialismo segue em sua política de exploração de outros povos para seu próprio interesse. Bolsonaro e os demais golpistas cumprem o papel de entregar as riquezas do País nas mãos dos imperialistas, e é isso que tem feito a vida do brasileiro piorar em todas as condições.
Desse modo, apontar inflação e desemprego como causas da perda de renda não basta. É preciso explicar o porquê desses problemas existirem. Nesse sentido, é preciso lutar por uma política que enterre o neoliberalismo, fortalecendo a indústria nacional para a geração de empregos.
Assim, precisamos lutar por um governo dos trabalhadores, por Lula Presidente, redução da jornada de trabalho sem alteração nos salários e criação de empregos.