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Marxismo

Rui, no programa Marxismo: sobre a visão materialista da História

Assista ao programa Marxismo no canal do PCO.

O companheiro Rui Costa Pimenta apresentou o programa Marxismo no canal oficial do PCO nessa sexta-feira. O tema em discussão foi sobre o materialismo histórico; isto é, sobre o que é o materialismo histórico para os marxistas, sobre o que consiste a teoria da história de Marx e uma crítica às teorias da história pequeno-burguesas, por exemplo, às teorias da Escola de Frankfurt que apresentam a cultura como sendo o motor da história.

De acordo com Rui, estamos vivendo uma época de profundo idealismo, tanto na análise histórica, quanto na análise política, o que é um sinal de decadência de nossa época histórica – isto é, de uma época histórica de reação. Em épocas revolucionárias, a análise do mundo predominante era a análise materialista – se não de maneira acabada, pelo menos de maneira desenvolvida, afinal é uma ideologia revolucionária. Rui ainda citou como exemplo o iluminismo, que era materialista e revolucionário; nesse sentido, o materialismo histórico marxista é uma superação do iluminismo e representa a forma mais acabada de transformar a realidade concreta.

As bases da análise materialista podem ser resumidas na frase “A anatomia da sociedade civil deve ser encontrada na Economia”, de Marx. Mas a economia não em seu sentido burocrático, mas em seu sentido contraditório – isto é, como criadora das diferentes classes de interesses antagônicos. Para os materialistas, o fato de as classes serem oprimidas nestas formas sociais não pode dar lugar a interpretação de que elas são “ruins” ou que são necessariamente reacionárias. Muito pelo contrário, elas devem ser analisadas de acordo com o seu caráter objetivo; tanto o sistema escravista antigo de Roma, quanto o feudalismo, quanto o capitalismo, em certos momentos históricos, cumpriram um caráter de desenvolvimento das forças produtivas.

Nisso, difere-se completamente da análise subjetiva, moral e idealista dos anarquistas, que condenam tais formas sociais pelo seu caráter de opressão. Tal teoria histórica pequeno-burguesa só é capaz de levar a conclusão de que a história humana foi uma história estática, de escatologia e de crimes da humanidade contra si mesma. A evolução histórica em direção ao socialismo seria apagada.

É preciso, portanto, para um materialista, reconhecer o caráter progressista das formas sociais que desenvolveram as forças produtivas quando este caráter se manifestar. Afinal, é a luta de classes que move a história e que irá levar ao socialismo; e, de maneira oposta aos idealistas, os materialistas compreender que toda revolução e vitória de uma classe até hoje deu lugar a uma nova classe opressora – como a derrota do feudalismo deu lugar ao capitalismo –, mas isso não faz com que tais revoluções deixem de ser um progresso histórico.

Ou seja, para o marxismo, a história é dialética: o capitalismo, em determinado momento, foi uma forma de progresso; depois, degenerou e virou uma forma social reacionária, como acontece com todos modos de produção das sociedades de classe.

Mais adiante, o companheiro Rui explicou que a base da análise materialista se dá sobre a luta de classes. A maioria das pessoas considera que a luta de classes se dá, exclusivamente, entre operários e burgueses, e isso leva a uma concepção míope da realidade. Na sociedade, há diversas classes e há diferentes camadas destas classes, e elas estão em constante luta entre si – por exemplo, a luta da burguesia russa, que é oprimida, contra a burguesia imperialista é parte da luta de classes.

Também foi apresentada uma crítica contra a análise idealista da pequeno-burguesia sobre a história brasileira. As primeiras versões das teorias que criticam a história do Brasil surgiram no Modernismo, por parte de pessoas, como Sérgio Buarque de Holanda, que tentavam encontrar a causa do insuficiente desenvolvimento das forças produtivas do país se comparado aos Estados Unidos, que também é um país americano. Eles apresentaram como sendo um problema cultural, em razão de o Brasil ter sido formado por uma cultura ibérica, que seria pouco ligada ao trabalho – o que, logicamente, não é verdade. Hoje em dia, os partidários da tese de que o Brasil é um país não se desenvolveu o suficiente por conta do fator cultural apresentam isso como sendo culpa de uma cultura portuguesa – o que deixa de lado o fato de o Brasil ser o país mais desenvolvido da América Latina.

Por fim, o companheiro Rui rebateu as críticas de que o marxismo não poderia ser uma ciência. Aos que afirmam que não é possível estabelecer uma ciência social, Rui respondeu que, se fosse verdade, não seria possível compreender a realidade – e concepção anticientífica leva, necessariamente, a análise moral, que, em última instância, é uma análise religiosa. Na realidade, ocorre que tudo no Universo é regido por leis; portanto, inclusive as relações humanas o são. E foram os marxistas que descobriram as leis que regem a sociedade – essas leis são, por exemplo, a luta de classes e a lei de desenvolvimento desigual e combinado. Sobre a acusação de o Marxismo ser “determinista”, é preciso ter claro que o determinismo é uma concepção da ciência, ou seja, tudo que acontece é determinado por alguma coisa, tem uma causa e não ocorre de maneira acidental.

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