Nesta segunda-feira (31/10), Rui Costa Pimenta deu uma entrevista à TV Comunitária de Brasília no programa “Tecendo o Amanhã”.
“Tecendo o Amanhã” é produzido e veiculado pela TV Comunitária de Brasília (canal 8 da NET-DF) e do Rio de Janeiro (canal 6 da NET-RIO), com retransmissão pelas TVs Comunitárias de Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Florianópolis, Ourinhos (SP), Resistência Contemporânea, de Tocantins, Rádio Manawa, de Porto Alegre.
Rui Costa Pimenta, jornalista e Presidente do PCO, Partido da Causa Operária, foi entrevistado por Beto Almeida (Diretor da TVComDF) e Francisco Soriano (Diretor TVcom RIO), e o tema da entrevista foi “Lula e as Estatais”.
Rui inicia pontuando que a eleição de Lula se deu devido à mobilização popular e que isto ficou explícito na grande concentração de pessoas comemorando na Paulista, coisas que não vimos nas outras duas eleições anteriores de Lula. Coloca também que a vitória também é grande, pois vimos que Bolsonaro articulou todo tipo de artimanhas e ainda assim foi derrotado. O povo teve um aprendizado com o golpe de Estado de 2016.
Em relação ao próximo governo de Lula, RCP acredita que haverá uma maior expectativa do povo e, portanto, maiores cobranças que nos governos passados. Em seu discurso, Lula também deixou claro um Lula muito mais à esquerda, um discurso nacionalista muito mais contundente e que promete ser uma liderança na América Latina que estamos observando dar uma “guinada à esquerda” no último período.
Lula, continua o companheiro Rui, não parece estar indo para o governo para nenhum tipo de ganho ou glória pessoal. Para realizar as tarefas que está se impondo, terá muita dificuldade e precisará da mobilização popular para respaldá-lo. Ademais, ele coloca que as propostas de Lula, neste momento, o levam a parecer com o segundo governo de Getúlio Vargas.
Em relação às alianças formadas para as eleições, Rui ressalta que não aparenta que Lula ficará amarrado com tais pessoas (Alckmin, Marina Silva, Simone Tebet etc.), pois não demonstrou em seus discursos que está comprometido com o neoliberalismo e também porque essa frente ampla não colaborou em nada para a vitória de Lula, pelo contrário.
Francisco Soriano pergunta ao presidente do PCO sobre o livro que ele escreveu sobre o golpe de 2016 e até que ponto estamos na continuação deste golpe. Rui coloca que os golpistas foram “praticamente varridos do mapa eleitoral”, o PSDB perdeu em São Paulo, o partido que capitaneou o golpe de 2016, e inclusive o PSDB se esfacelou devido ao crescimento do próprio bolsonarismo. Em relação à continuidade do golpe, Rui pontua que a força do bolsonarismo é muito grande, a diferença foi de apenas um pouco mais de 1%, e em momento de crise, o perigo de um novo golpe sempre existe e é preciso estarmos atentos.
No decorrer do programa foram discutidas as necessidades de desenvolver a educação política, comunicação, imprensa popular para lutar contra a direita, reorganizar os sindicatos, a CUT e muitos outros temos. Veja aqui o vídeo na íntegra.