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Análise Política da 3ª

Rui Costa Pimenta: “É preciso esmagar o imperialismo”

Confira destaques da Análise Política da 3ª dessa terça-feira (22) com Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, e os comentaristas Eduardo Vasco e Francisco Muniz

Nessa terça-feira (22), Rui Costa Pimenta, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), realizou mais uma edição de sua Análise Política da 3ª. Transmitido pelo canal Rádio Causa Operária, o programa contou com a participação de Francisco Muniz e de Eduardo Vasco como entrevistadores.

Intitulada Contra o Catar e contra Lula, a análise de Rui, um complemento do meio da semana de sua tradicional Análise Política da Semana aos sábados, procurou, com a ajuda dos comentaristas, tratar sobre o principal assunto do momento: a Copa do Mundo no Catar. Dentro disso, Pimenta comentou acerca da campanha que o imperialismo está fazendo contra a competição e, em especial, contra o Catar.

Vejamos alguns destaques:

Uma campanha de tipo colonial

Em um primeiro momento, Rui Costa Pimenta voltou a sua atenção para o problema do Catar, alvo de uma grande pressão internacional contra o seu regime político autoritário. Ele pontuou, em primeiro lugar, que todo o problema é “muito mal enfocado”:

“Estamos diante de um país que é muito atrasado, muito primitivo, onde vigora o islamismo fundamentalista. É a cultura desse país. É uma cultura que deveria ser superada? Sem dúvida nenhuma”, afirmou Rui.

Dentro disso, o jornalista polemizou com a posição da esquerda pequeno-burguesa brasileira que, à reboque do imperialismo, defende uma política que, nas suas palavras, é “de tipo colonial”. Rui se refere ao setor que ovaciona os jogadores e técnicos que comparecem aos estádios utilizando braçadeiras com a bandeira LGBT apesar da proibição imposta pelo Estado árabe contra os homossexuais.

“No Brasil, eles [a esquerda] acham que o índio brasileiro não deve ser assimilado à cultura brasileira no geral. Nós não achamos isso, achamos que é algo inevitável e que seria melhor para eles se fossem efetivamente assimilados. Então, eles são contra impor uma determinada cultura aos índios, mas, aqui, eles querem impor a cultura deles ao Catar. Não é assim que o país vai ser transformado. Na verdade, é uma imposição de tipo colonial”, disse Pimenta.

Ainda nesse tópico, Rui reforçou a sua afirmação de que está em marcha uma campanha colonialista contra o Catar escancarando a demagogia da operação. Ele disse que, no fim, trata-se de países ricos e, segundo o raciocínio da coisa, civilizados, que devem dominar os povos “selvagens”, “bárbaros” que possuem costumes atrasados – como é o tratamento dado à homossexualidade – e precisam, então, ser postos na linha. “Essa é a ideologia do colonialismo”.

“Não é uma luta pela libertação de ninguém, é uma luta pela dominação desses países. O Catar é um dos maiores produtores de gás do mundo, senão o maior. E teve muitos atritos com o imperialismo no último período”, denunciou o presidente do PCO.

“É preciso esmagar o imperialismo”

Adiante, Rui Pimenta relembrou que todos os países autoritários do Oriente Médio foram criados pela ação do imperialismo na região. Nesse sentido, a campanha contra o Catar se torna mais demagógica ainda. O mesmo vale para o caso do Irã, que já vinha sofrendo uma enorme pressão por parte da imprensa imperialista, campanha que se intensifica durante a Copa.

“A pessoa que acha que fazendo campanha contra o Catar está lutando pela libertação do ser humano, está fazendo um papel de verdadeiro idiota. Ele não está lutando pela libertação de ninguém, está lutando por uma maior escravização do ser humano porque o único proveito que vai sair disso daí é o isolamento do Catar”, disse Rui

Sobre o problema dos protestos imperialistas no Irã, algo que está sendo amplamente propagandeado durante os jogos de sua seleção, Rui relembrou que o problema é outro, demonstrando, mais uma vez, a demagogia da campanha reacionária contra o país do Oriente Médio:

“Ninguém lembrou que no Irã existe uma coisa muito pior do que a opressão das mulheres, que é o embargo dos países imperialistas, que é uma política genocida. A opressão da mulher é horrível, mas o genocídio é pior ainda.  Aí, aparece a defesa da mulher, que é uma fachada que serve para aprofundar o genocídio dos iranianos que já sofreram muito na mão do imperialismo, e não uma defesa de fato da mulher

Nós temos que lembrar que foi o imperialismo que impulsionou a guerra do Iraque contra o Irã, na qual morreram um milhão de pessoas, uma coisa monstruosa. Depois, o Iraque foi invadido e o Irã sofre o embargo”

Por fim, o militante trotskista ressaltou que a única forma de acabar com qualquer tipo de opressão em qualquer lugar do mundo é pela luta contra o imperialismo. Para Rui, trata-se do regime mais violento de toda a história.

“Ninguém vai libertar a humanidade com essas campanhas. Para libertar a humanidade, não precisamos derrotar o imperialismo: é preciso esmagar o imperialismo, acabar com ele. Enquanto houver imperialismo, a humanidade vai sofrer o que está sofrendo hoje em todos os lugares”, disse Pimenta.

O 7×1 e a seleção iraniana

Mais adiante no programa, ainda relacionada à questão iraniana, o comentarista Vasco ressaltou a fala do técnico português Carlos Queiroz da seleção do Irã. Ele afirmou que seus jogadores estão sofrendo por uma pressão muito grande em decorrência da campanha da imprensa imperialista contra o seu país. Com isso, não conseguem se concentrar totalmente na competição.

Vasco relacionou isso com o 7×1 da Alemanha sobre o Brasil em 2014. Naquele momento, a campanha golpista estava a todo vapor e o principal alvo dela, naquele momento, era justamente a Seleção.

“Até hoje tem gente que vive fora do mundo real que fala que não tem nada a ver que o Brasil perdeu de 7 a 1 para Alemanha porque o futebol alemão seria sete vezes superior ao futebol brasileiro que é uma coisa muito difícil de acreditar”, complementou o companheiro Rui.

De onde vem a rivalidade entre o Brasil e a Argentina?

Um dos pontos de destaque da Análise Política da 3ª é o fato de que qualquer pessoa pode enviar uma pergunta para ser respondida ao vivo pelo companheiro Rui. No programa em questão, por exemplo, chegou à produção uma indagação de uma companheira, que afirmou não entender “essa torcida contra a Argentina”, referindo-se a comentário anterior acerca da derrota da seleção argentina pela Arábia Saudita.

“É uma das mais antigas rivalidades futebolísticas do mundo. Os argentinos têm a mesma conduta com relação ao Brasil e até pior”, afirmou Pimenta. Em seguida, ele explicou a história por trás desse conflito, relembrando que, no passado, a relação entre as duas seleções já foi muito mais violenta do que é nos dias de hoje.

Para Rui, como marxista, é uma questão de classe. Antigamente, os argentinos eram considerados o país mais rico da América Latina, o que acabou “enchendo a cabeça da pequeno-burguesia”. Além disso, relembrou que eles frequentemente se referem aos brasileiros como macacos, quer dizer, que existe um grande problema envolvendo o racismo argentino contra o Brasil que acirra essa rivalidade.

Então, os comentaristas presentes complementaram a discussão trazendo à tona o fato de que, há algumas décadas, quando o Brasil ia jogar na Argentina, seus jogadores sofriam uma série de assédios físicos e morais por parte dos argentinos. Mais uma prova da disputa entre as duas nações no que diz respeito ao futebol.

Os parasitas não falam por Lula

Saindo do futebol e indo para a política nacional, um companheiro que acompanhava o programa pediu a Rui que comentasse sobre a coluna de Luiz Marinho no UOL. Reproduzido pelo Brasil 247, o autor afirma que o Partido dos Trabalhadores (PT) não quer o retorno da antiga legislação trabalhista, a CLT. A isso, Pimenta ressaltou que o que Marinho, um burocrata do PT, está falando, não representa o que Lula pensa.

“Vamos ter claro que ninguém é porta-voz de ninguém. Ou seja, quando o Alckmin fala alguma coisa, ou até mesmo o Aloizio Mercadante, não podemos ter certeza que eles estão falando em nome do Lula”, afirma o companheiro Rui, denunciando que se trata de uma campanha da imprensa burguesa para sabotar o governo Lula.

Para ele, é preciso esperar para criticar ou apoiar qualquer ação do governo. Não se pode deixar levar por nenhuma declaração da imprensa golpista, uma vez que serve unicamente aos interesses da burguesia que, neste momento, quer capturar o governo Lula. “Vamos esperar ver o que o Lula faz”, disse Rui indo na contramão da política sectária de parte da esquerda pequeno-burguesa brasileira.

Assista ao programa na íntegra agora mesmo!

O presente artigo é limitado para descrever tudo aquilo que foi discutido durante a Análise Política de 3ª dessa terça-feira. Por isso, confira, logo abaixo, o vídeo do programa na íntegra e fique por dentro dos assuntos políticos mais quentes do começo desta semana.

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