Na última terça-feira, 13 de dezembro, a presidente golpista do Peru, Dina Boluarte Zegarra, teve uma reunião com a embaixadora dos Estados Unidos, Lisa Kenna, na capital, Lima. Foi ratificado total apoio às “instituições democráticas” do Peru, com comunicado oficial feito pela presidência.
Tal ocasião ocorre após diversos países latino-americanos ainda reconhecerem Castillo como o presidente do país. Há uma grave crise institucional no Peru, assim sendo, não há como ter esse tipo de reconhecimento a um governo golpista, tal como o de Dina Boluarte. Aliás, a primeira presidente mulher do Peru, um afago identitário, que mascara a intenção golpista do processo em que a burguesia entreguista do Peru realiza.
A reunião ocorreu para que os Estados Unidos da América deem todo o respaldo ao golpismo em solo latino-americano. E, como para bom entendedor, meia palavra basta, tal ocasião nos revela como o Imperialismo, que manda na América Latina toda, age. Ou seja, o seu golpismo é usado para que o seu controle da região seja mantido. E ele age com a troca de presidentes que o desagradam, bem como suas empresas e negócios monopolistas em solo latino. Em algumas regiões, tal ação apresenta certos níveis de resistência. Cuba e Venezuela, como exemplos, dentre outros, recentes ou não, conseguiriam até certa forma, se destacar disso e conseguem manter políticas independentes, até certo nível, pois o contra-ataque dos países imperialistas é sempre brutal, e nesse caso, diferentemente do Peru, eles atuam de forma indireta e direta, com sanções, ataques de sua grande imprensa e capital.
No caso do Peru, por ainda estar sob a égide imperialista, principalmente dos Estados Unidos, tal ataque é indireto, mas dependendo da ocasião, eles podem atuar também, por revoltas ao seu bel prazer ou corrompendo parte das forças armadas. Resta-nos agora analisar como a situação lá evolui e aprender que para combater isso, devemos investir na luta popular e fortalecer o movimento, que lá foi pego de surpresa.
Inúmeras manifestações pelo país têm ganhado mais força, e elas pedem a restituição do presidente Castillo. Devemos analisar com calma todo o cenário, para que aqui em casa não sejamos pegos desprevenidos. Com tal ocorrido no Peru, somado à prisão de Cristina Kirchner, a ex-presidente da Argentina, vemos que o golpismo de fato ainda ronda de perto a América Latina. A situação recente e essa reunião nos mostram os movimentos que os Estados Unidos e o imperialismo usam contra os países pobres.