O resultado eleitoral nas eleições de meio de mandado dos Estados Unidos, realizadas neste mês demonstram para o Brasil como não se deve combater a extrema-direita. Servindo como um alerta para toda esquerda mundial, a ala trumpista do Partido Republicano, foi a grande vitoriosa do processo eleitoral, resultado em uma maioria absoluta na Câmara e no Senado norte-americano. Contudo, como a situação nos EUA chegou a este ponto?
Tal como explicou Rui Costa Pimenta, em sua conta pessoal no Twitter, o trumpismo venceu as eleições, apesar de todo o cerceamento e repressão. Enquanto a esquerda norte-americana ficou a reboque da direção do Partido Democrata, ou seja do principal setor do imperialismo, no lugar de desenvolver uma política própria contra o regime, a mesma serviu de base de apoio para o impopular governo de Joe Biden. Além disso, como parte da campanha deste setor, o “combate” a extrema-direita se deu em grande medida por meio das instituições, da censura, e da perseguição a elementos secundários do trumpismo.
Da mesma maneira como está sendo feito no Brasil, o exemplo da política dos últimos anos nos EUA, apenas serviram para demonstram que usar as instituições burguesas para perseguir a extrema-direita tem como único resultado o fortalecimento deste setor. O trumpismo nos EUA está voltando com mais força do que nunca, e mostra que o bolsonarismo no Brasil está longe de ser destruído apenas pela mera votação popular.
A política levada a frente pela esquerda pequeno-burguesa brasileira, que classifica como “gado” os apoiadores de Bolsonaro e invoca às instituições golpistas, sobretudo o antidemocrático Supremo Tribunal Federal, para promover a censura, a prisão e a perseguição política de figuras da extrema-direita, é a receita para o fracasso. Esta política apenas serve para consolidar a falsa ideia que, assim como o trumpismo nos EUA, o bolsonarismo seria um movimento anti-sistema, contra o centro do regime político da burguesia que está em decomposição.
Ao apoiar as instituições golpistas, a esquerda da a extrema-direita está conotação, e por fim, a pressão estatal serve apenas para fortalecer este setor. Por isso, para combater a extrema-direita é necessário organizar um movimento independente da burguesia, combater o bolsonarismo por meio da mobilização popular e defender acima de tudo os direitos democráticos da população contra quaisquer ataques às liberdades democráticas.