Recentemente eleito, mais uma vez, Benjamin Netanyahu voltará a ocupar a cadeira de primeiro-ministro de Israel. O líder da extrema-direita do Estado fictício com práticas fascistas retornará ao poder pouco mais de um ano após sua saída.
Nas últimas décadas, Netanyahu foi o mais emblemático líder de Israel, inflamando o ódio aos palestinos e incentivando, dentro do território em que governa, de que se opor ao domínio imperialista dos Estados Unidos, ao qual é completamente submisso, é uma postura terrorista.
Bibi, como é carinhosamente chamado, sempre foi um membro da mais tradicional direita, quase fascista, alinhada aos Estados Unidos; mesmo quando os governos eram do partido trabalhista. O seu retorno representa uma guinada mais à direita ainda, principalmente quando analisada sob a ótica do contexto internacional.
De um ano para cá, a crise que o imperialismo enfrenta se agravou, reforçando a polarização política tanto nos países subdesenvolvidos, quanto nas potências capitalistas, e a resposta encontrada pelo imperialismo tem sido a direitização do regime político ao redor do mundo. Israel, como o quintal dos norte-americanos no Oriente, logicamente acompanharia tal onda.
A severa derrota que os imperialistas sofreram no Afeganistão, no ano passado, e as contradições com o Irã que eclodiram sobretudo neste ano, fazem com que os povos árabes enxerguem que é possível se levantar contra a ditadura que os estadunidenses baixaram em seus territórios. A máscara de potência absoluta caiu, para muitos, quando os soldados fortemente armados a mando dos imperialistas perderam para os afegãos, menos armados e com menor preparo militar. Dado tal cenário, uma Israel forte se faz mais do que necessária para que o imperialismo sustente sua repressão aos povos do Oriente Médio, com as rédeas postas em uma direita raivosa – como é, por exemplo, Benjamin Netanyahu.
Ao mesmo tempo, Netanyahu possui muita oposição interna e rejeição de setores-chaves da burguesia nacional, tendo sido, inclusive, derrubado do governo no último ano. Como acontece com todo líder cuja burguesia se indispõe, recaíram sobre o primeiro-ministro israelense investigações policiais e judiciais, como, por exemplo, acusações de corrupção repercutidas por toda a imprensa. Apesar de tudo, o imperialismo aparenta ter visto no governo de Benny uma instabilidade para sua hegemonia local, não vislumbrando um grande futuro em sua permanência, optando pela volta do já conhecido e totalmente legal aos interesses dos Estados Unidos no Oriente: o membro do Knesset e líder do partido Likud, Benjamin Netanyahu.