Rio Grande do Sul

Qual é a diferença entre um fascista e um fascista gay?

Fascista gay também é fascista

O companheiro Rui Costa Pimenta, em seu informe político à 33ª Conferência Nacional do PCO, destacou, dentre outros fatores chave para a compreensão da situação política nacional, a completa falência da esquerda e sua inabilidade em combater o bolsonarismo enquanto movimento político. Enquanto a polarização entre a esquerda e o bolsonarismo toma conta do cenário político nacional, a primeira a ignora e busca ir “ao centro”, ou seja, busca alianças que de nada servem à luta dos trabalhadores com a direita tradicional politicamente falida, que foi o pilar do regime “democrático” estabelecido na Constituição de 1988. Tudo em nome da luta pela “democracia”, algo que nunca poderá existir antes da revolução socialista num país de capitalismo atrasado, tal qual o Brasil, como já descobriram os marxistas mais de cem anos atrás.

Um exemplo grotesco desta capitulação pode ser observado no segundo turno das eleições ao governo do Rio Grande do Sul, em que disputam o atual governador Eduardo Leite (PSDB), o “Bolsogay”, e o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).

Diversas figuras da esquerda pequeno-burguesa do estado já declararam apoio ao tucano, como Manuela d’Ávila (PCdoB), todo o PSOL gaúcho (aí inclusa a “trotskista” golpista Luciana Genro), Tarso Genro (PT) e o ex-governador Olívio Dutra (PT). A tese é a de que, enquanto o candidato do PL é um partidário da “ditadura”, Leite seria um “democrata” e que, portanto, seria preciso apoiá-lo nas eleições de maneira a salvar a “democracia” gaúcha. Uma miragem.

Nem foi preciso que Leite declarasse, de maneira profundamente oportunista, apoio a Lula, como outros tucanos procurando algum tipo de salvação frente ao povo brasileiro, para que a esquerda do estado tomasse uma posição tão grotesca! Todos sabemos que Leite não apoia o candidato petista à presidência e que votará feliz da vida em Bolsonaro, tal qual em 2018.

O cenário se faz ainda mais trágico pelo fato de que, através de diversas manipulações das pesquisas eleitorais antes do dia 2 de outubro, eleitores da esquerda, ao aderirem à cartilha do famigerado “voto útil” no tucano, tiraram o candidato petista, Edegar Pretto, do segundo turno por menos de dois mil e quinhentos votos. Agora, as pesquisas indicam que o governo neoliberal tucano, marcado por privatizações e duros ataques à classe operária gaúcha, será reeleito com o apoio daqueles que supostamente a representam… E a esquerda pequeno-burguesa é incapaz de entender o porquê de o bolsonarismo crescer e estar à beira de tomar conta do País. “Tudo é culpa do povo que não sabe votar!”

É verdade que o PSDB é “democrático”? Serão os principais agentes do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016, os principais articuladores da monstruosidade jurídica que aprisionou Lula em 2018 e deu a presidência ao fascistóide Jair Bolsonaro grandes defensores da democracia? Não é preciso pensar muito para se chegar à conclusão evidente de que não. A esquerda pequeno-burguesa, que tanto quer forçar o povo a aderir às suas maluquices, é incapaz de entender a mais profunda rejeição que o “centro político” provoca na população. Muito pior, está a seu serviço e procura resgatá-lo, algo que se poderia facilmente dizer, por exemplo, do clã político Genro.

Independentemente do quer que esteja por debaixo dos panos, como o financiamento do imperialismo para diversas das figuras mencionadas aqui, o fato é que, ao se colocar a reboque da política do grande capital, a esquerda joga a classe operária nos braços do bolsonarismo. Não se pode dizer que esse fenômeno seja algo novo ou raro, muito longe disso: a incapacidade da esquerda de se colocar como uma verdadeira alternativa à decadente ditadura imposta pelo imperialismo tem jogado a classe operária nas mãos da extrema-direita no mundo todo, como é o caso da Suécia, da Itália e da França.

É preciso dizer ao povo gaúcho que não há diferença entre o fascista e o fascista gay. A única política consequente para esquerda nas eleições gaúchas é chamar o voto nulo, afinal, nenhum dos candidatos representa a classe operária. É preciso que se organizem e lutem de maneira dura contra o governo estadual eleito, não importa qual. Não se pode capitular tão pouco com palavras de ordem do tipo “Nenhum voto para Lorenzoni!”, como tem sido a posição da Direção Nacional do PT. É preciso chamar o boicote às eleições estaduais de maneira aberta e clara, a esquerda só será capaz de triunfar sobre o bolsonarismo se abandonar suas concepções pequeno-burguesas e levar adiante um duro embate contra toda a direita, pouco importa se é aquela que sabe usar talheres ou aquela que se suja toda ao comer farofa, tendo como principais pautas os interesses materiais da classe operária.

Ao invés de declarar apoio ao tucano bolsonarista, a esquerda gaúcha poderia fazer algo realmente útil aos trabalhadores ao organizar a sua luta e mobilizar a classe operária em seu estado contra a direita e em prol da candidatura do companheiro Lula. Sem romper a coleira que lhe prende à burguesia “nem tão democrática assim” e ao grande capital, o bolsonarismo tomará conta do Brasil e só restará à esquerda pequeno-burguesa a lata do lixo da história.

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