Retornou hoje às 16h no canal do YouTube da COTV o programa Arte e Revolução, que irá ao ar toda quinta-feira às 16h, com a presença do companheiro Rui Costa Pimenta. O programa continuou a discussão sobre o Modernismo brasileiro, movimento importantíssimo para a arte nacional que é profundamente atacado nos dias de hoje, tratando da obra de seu principal agitador, propagandista e militante, Oswald de Andrade.
O paulista, além de um grande vanguardista, produziu uma obra que, ultrapassando a mera experimentação, tem um conteúdo sólido e revolucionário, tratando dos grandes problemas nacionais e da classe operária brasileira. No entanto, sua produção artística é frequentemente diminuída, e Oswald é tratado como mero “panfletário” do Modernismo, ou como um “piadista”. Isso se dá pelo fato de que o artista foi ao mesmo tempo um dos modernistas mais radicais tanto do ponto de vista político quanto artístico; sua trajetória demonstra de maneira cabal a evolução da ala esquerda do Modernismo brasileiro do nacionalismo à luta pela libertação dos trabalhadores, pelo comunismo. Fato este que, devido à duríssima repressão da ditadura semifascista do Estado Novo, o jogou às margens da história até que começasse a recuperação parcial da sua obra, e da sua pessoa, durante a luta contra a ditadura militar nos anos 60.
Os companheiros analisaram durante o programa o papel cumprido por Oswald de Andrade para o desenvolvimento da poesia de vanguarda, por exemplo, a construtivista. Seus romances, como Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande, e peças, como O Rei da Vela (encenada pela primeira vez durante em plena ditadura pelo Teatro Oficina em 1967) também foram fatores de grande progresso ao desenvolvimento da arte nacional.
Desde o advento dos grandes monopólios, o desenvolvimento da cultura tem também entrado em profunda decadência de forma que se faz necessário conhecer, e entender, as últimas grandes tentativas de romper com o esmagamento que o imperialismo impõe sobre a arte. Convido os companheiros a assistirem o programa de hoje, e os demais episódios de Arte e Revolução, para uma interpretação marxista daquele fenômeno que caminha diretamente com o desenvolvimento da humanidade, a cultura.