Em Minas Gerais, desde o dia 9 de março, professores da rede estadual de educação estão em greve a fim de exigir do governador Romeu Zema (Partido Novo) o cumprimento da aplicação dos reajustes do Piso Salarial Profissional Nacional.
Foi através da Portaria 67/2022 do governo federal, de 4 de fevereiro de 2022, que ficou reconhecido o novo valor do Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica, de R$ 3.845,63 (para um total de 40 horas semanais trabalhadas). O percentual de reajuste foi de 33,24% sobre o valor do piso em vigor (R$ 2.886,24).
Não que o atual governo federal, por meio deste reajuste, tenha intercedido a favor dos professores. Apenas foi reconhecido o que já havia sido estabelecido no campo jurídico.
Contudo, a despeito desta portaria, segundo a entidade sindical, nos anos iniciais em Minas Gerais os professores permanecem recebendo a remuneração de R$ 2.135,64. Daí a cobrança da categoria para o pagamento do Piso Salarial Nacional.
Julia Sant’Anna, secretária de estado da Educação, na tentativa de defender o governo, alega que o máximo esforço tem sido feito para entregar aos servidores o que é de direito e necessário. Diz também que a administração faz reuniões constantes com o sindicato e, que cerca de um terço dos estudantes das escolas municipais são afetados pela greve.
Desde que foi vetado o reajuste, quarta-feira (06 de abril), os professores da rede estadual de educação decidiram em assembleia geral manter a greve da categoria por tempo indeterminado.
O veto ao reajuste do piso salarial descortina a ofensiva da direita contra o ensino e demais serviços públicos. No entanto, a imprensa capitalista não denuncia esta ofensiva, e muito menos apoia a luta do professor por melhores condições salariais e de trabalho, fazendo com que estas reivindicações também não sejam ouvidas e consideradas por boa parte da população.
O PCO apoia a greve dos professores por tempo indeterminado, e entende que é por meio desta ação, junto de manifestações, que os profissionais da educação conseguirão pressionar governadores – verdadeiros ladrões dos recursos destinados à educação, responsáveis pelo sucateando deste setor no Brasil. Somente com a luta da classe docente e de seus funcionários, nas greves e nas ruas, é que se pode assegurar reajustes salariais e demais direitos dos trabalhadores. A luta dos professores também deve ser divulgada nas redes sociais para que o movimento ganhe mais força.
Os retrocessos na educação e seu sucateamento são reflexos do descompromisso e irresponsabilidade de governos, além de suas intenções de manter o povo brasileiro ignorante, alienado dos problemas do mundo, sendo mais facilmente manipulado para votar nos partidos representantes das classes dominantes.