Na tarde da última sexta-feira (23), os acionistas da Eletrobrás aprovaram um aumento salarial de até 3.576% aos executivos da empresa. A ação, aprovada em assembleia, mesmo contrária à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), ocorre pouco tempo após a privatização da empresa, uma das principais entregas do regime golpista.
Hoje, 60% da Eletrobrás é controlada por acionistas, muitos deles estrangeiros, que tomaram o controle da empresa brasileira. O aumento salarial é uma atitude abertamente antinacional.
Uma das principais propagandas por parte da burguesia em apoio à entrega da Eletrobrás foi a redução de gastos, “fim da corrupção” e aumento na produtividade da empresa. No entanto, pouco mais de um mês se passou e a primeira grande medida tomada pelos acionistas foi aumentar os próprios salários da direção da empresa.
O deputado do PT Paulo Teixeira, denunciando a operação, afirmou também que os acionistas estão fazendo este processamento passando por cima de diversos trâmites legais. A assembleia, segundo as próprias regras da privatização, sequer poderia ocorrer desta maneira, ainda mais mais quando o Estado ainda possui 40% do controle.
Fica claro que a ação é o primeiro passo do grande roubo da economia nacional iniciado pela privatização. A burguesia nacional, como também nesse caso, a internacional, enriquece tomando de assalto uma das principais empresas nacionais, enquanto a população precisa arcar com uma crescente pobreza e aumento nos custos da energia, falta de luz, e outros graves problemas já iniciados pela entrega da Eletrobrás.
O caso revela a necessidade urgente do governo eleito de Lula tomar providências contra a entrega do patrimônio nacional. É preciso reverter a privatização da Eletrobrás, um grande assalto à economia nacional feita pelo regime golpista. Assim como a Petrobrás, a Eletrobrás é peça fundamental no desenvolvimento da economia nacional, e ela não pode estar nas mãos de acionistas estrangeiros que, como já está claro, tem como único objetivo saquear a empresa.