Um capitão da PM de SP, com 2,8 milhões de seguidores nas redes sociais e deputado federal reeleito pelo PL, que ficou famoso pela defesa de políticas conservadoras e pela morte de suspeitos em confronto com a PM, foi indicado a assumir o cargo de secretário do governo de Tarcísio de Freitas SP no cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, neste ano de 2023.
O Capitão Derrite, recentemente, defendeu a tese de que é “vergonhoso” para um policial ter menos que “três ocorrências” por homicídio no seu currículo.
“Os tenentes, principalmente os oficiais, que nos últimos 5 anos se envolveram em três ocorrências ou mais que tenha o resultado evento morte do criminoso estão sendo movimentados. E o Telhada se encaixa nessa lista, até eu que estou fora da rua há dois anos me encaixo, porque o camarada trabalhar cinco anos na rua e não ter […] três ocorrências [em casos em que suspeitos morreram a tiros disparados pelo policial], na minha opinião, é vergonhoso, né?”, disse Derrite em gravação divulgada pela imprensa burguesa.
Derrite também tem no seu currículo uma amizade com Bolsonaro. Com uma longa ficha de participação em tiroteios com todos que ele julgava serem bandidos enquanto esteve em vários setores da PM, foi transferido para o escritório, porém declara que deveria ter continuado nas ruas onde julgava estar fazendo um bom serviço para a comunidade.
Como parlamentar, inicialmente no PP e posteriormente no PL, ao lado de Bolsonaro, Derrite é coautor do Projeto de Lei 2310/2022 apresentado em agosto deste ano pelo deputado Subtenente Gonzaga (PSD-MG), que prevê que a Polícia Militar tenha poder de formalizar investigações e pedir ao Judiciário mandados de busca e apreensão. O projeto não foi aprovado ainda, mas está no meio do processo.
O deputado defende a execução prévia das vítimas julgadas suspeitas pelo policial em serviço. É um caso que vem à tona entre centenas de casos de policiais que usam o recurso de assassinar um cidadão sem ter certeza de quem está sendo assassinado.
Um elemento essencial para o cargo que irá ocupar, defendendo a burguesia do que se coloque contra ela, sejam criminosos, sejam trabalhadores. O elemento não vai pensar duas vezes, pois já tem pré-estabelecido em seu pensamento que o criminoso é aquele que se faz de criminosos conforme o julgamento do polícia.
Seu projeto de lei é um atestado de que ele considera que a PM é o próprio braço armado do poder judiciário com mais liberdade de ação, posto garantido pelos tribunais militares quando em alguma pendenga na justiça civil.
A Polícia Militar tem que deixar de existir e a polícia que deve estar a serviço da população tem que se originar da própria população, de pessoas conhecidas e escolhidas nas comunidades. A única maneira de não cair na mão da burguesia e se sujeitar a pessoas fascistas a serviço da mesma.