Desde o golpe de Estado de 2016, a população de rua só aumenta no país. O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), em conjunto com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil), divulgou uma pesquisa qualitativa sobre a população em situação de rua na capital federal. O resultado divulgado nesta terça feira (6) aponta quase 3 mil pessoas morando nas rua da capital federal, sendo 244 crianças ou adolescentes.
A pesquisa percorreu as regiões do Plano Piloto (Rodoviária do Plano Piloto e Setor Comercial Sul), Águas Claras (uma incursão em campo e 2 entrevistas semiestruturadas), Taguatinga (Praça do Relógio e do entorno) e Ceilândia (PSul).
No Brasil, os dados do Observatório Brasileiro de Politicas Públicas com a população em situação de rua mostrou um crescimento de 16% de dezembro de 2021 a maio de 2022. Segundo o Observatório, no último mês do ano passado o número era de 158.191, em maio do ano corrente houve um salto para 184.638. Das dez capitais com maior número de moradores de rua, a cidade de São Paulo lidera disparado com 42.240 registros, seguida por Rio de Janeiro: 10.624, Belo Horizonte: 10.241, Brasília: 6.339, Salvador: 5.561, Fortaleza: 4.896, Curitiba: 3.020, Porto Alegre: 2.363, Boa Vista: 1.798 e Florianópolis: 1.498.
De acordo com a pesquisa, a principal causa que leva as pessoas a morarem na rua é o desemprego, seguido pelo alcoolismo, morte dos pais, uso de drogas, depressão, conflitos familiares e, por fim, pessoas que não sabem exatamente o que estão fazendo. A pesquisa entrevistou 34 desses moradores de rua, sete deles acusam o desemprego como causa de sua vida na rua. Oito se dividem igualmente entre alcoolismo e morte dos pais. Depressão, uso de drogas, não saber exatamente o que está fazendo e conflitos familiares são três de cada.
Ainda segundo os dados, um terço deles já vivem nas ruas a mais de dez anos e 20% a menos de um ano. As vontades de cada um para sair da situação variam, mas chegam no mesmo final, são: emprego e renda. O estudo também conclui que no final de ano o número de moradores de rua aumenta. A destruição da economia pelo regime golpista aplicado no país a partir de 2016 é um dos fatores principais para esse crescimento.
A politica do golpe de Estado é a politica de terra arrasada. A destruição total dos direitos trabalhistas foi um objetivo claro dessa manobra contra a população brasileira. Por outro lado, a Lava Jato, operação golpista, implantada no país de fora para dentro pelo imperialismo contra o governo do Partido dos Trabalhadores, foi causadora direta da destruição de milhões de empregos no Brasil e a responsável pelo fechamento de centenas de empregas grandes e pequenas.
Não é surpresa para absolutamente ninguém que a maioria da população de rua esteja nessa situação por conta do desemprego. Isso implica que o novo presidente eleito, Lula, tem um longo caminho pela frente e terá que enfrentar para além dessa questão da população de rua, a fome e o desemprego que assolam o país. Uma medida imediata que ajudaria a resolver essa questão, é a diminuição da jornada de trabalho para 35 horas semanais, sem diminuição dos salários, uma resolução como essa abriria de cara milhões de vagas de emprego no Brasil.