Com a vitória dos trabalhadores nas eleições, derrotando Bolsonaro e elegendo um novo governo Lula, a burguesia tem com preocupação número um a política econômica a ser adotada no próximo período, ainda mais com as crescentes reivindicações feitas pelos trabalhadores e prometidas por Lula, como aumento real do salário mínimo, aumento no Bolsa Família, auxílios e uma reindustrialização do País.
Em meio a campanha voltada para uma série de reformas econômicas na reta final do segundo turno, a imprensa burguesa agora tem como preocupação chantagear Lula e visa criar um clima de que é necessário um maior comprometimento do petista com o mercado financeiro. Com tantas promessas por parte de Lula aos trabalhadores, os capitalistas sabem que, para realizá-las, Lula terá que adotar uma política diferente do que fez em 2002, e precisará entrar em confronto com os bancos privados do País.
O principal parasita da economia nacional são os bancos, que drenam para si grande parte do dinheiro distribuído pelo Estado brasileiro. Em uma política de rapina, os bancos são um dos grandes impulsionadores da desindustrialização do País e, agora, vem exigir seu lugar no novo governo petista.
Segundo Cleveland Prates, ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, é necessário que o governo Lula tenha “responsabilidade fiscal”, ou seja, garanta os altos lucros dos bancos privados no País. O colunista do UOL ainda afirmou que Lula foi um dos culpados pela crise econômica vivida no País atualmente e crítica diretamente a política de intervenção do Estado nacional para promover a reindustrialização do Brasil, do qual chama de “velhos desenvolvimentistas”.
Ou seja, para o economista, é necessário defender as medidas econômicas que o regime golpista estava colocando em marcha, se opor à política de desenvolvimento nacional e ter como único objetivo manter uma “responsabilidade fiscal”, que na linguagem econômica, tem como único significado a “responsabilidade com os bancos”.
É com esta política golpista que a imprensa burguesa busca pressionar o governo Lula que sequer assumiu o poder ainda. No lugar de políticas sociais e de desenvolver o País, reivindicações chave que garantiram a vitória de Lula contra o golpe, seria necessário defender os lucros dos bancos e a política de sanguessugas do capital financeiro, destruindo assim a economia nacional, empobrecendo o povo, mas garantindo os lucros dos banqueiros e especuladores estrangeiros.