A rodada de referendos de adesão à Federação Russa em quatro regiões libertadas do governo fascista de Kiev teve seus resultados divulgados nessa semana. Contando com a participação de milhões de moradores desses territórios, agredidos militarmente desde o golpe de 2014, a vitória da posição favorável às adesões foi avassaladora. É preciso defender firmemente o direito desses povos à sua autodeterminação.
Nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, o sim obteve 99,23% dos votos favoráveis na primeira e 98,42% na segunda. Contando ainda com uma participação massiva do eleitorado, que em Donetsk atingiu 97,51% do total de eleitores, índice muito superior à participação em processos eleitorais nos países capitalistas centrais, apontados pelos monopólios das comunicações como os mais democráticos do mundo.
As regiões de Zaporozhie e Kherson, libertadas neste ano a partir da operação militar russa, também obtiveram resultados que confirmam a vontade popular de se integrar à Rússia. Em Zaporozhie, 93,11% dos eleitores aprovaram a medida, enquanto em Kherson esse índice foi de 87,05%. Em Kherson, participaram 76,86% dos eleitores da região, número inferior às demais regiões, mas ainda sim suficientemente alto. Ainda mais tendo em vista que foram realizados em meio a combates entre as tropas russas e as milícias populares de um lado e o exército ucraniano.
A vontade popular expressa nesses referendos mostra que a operação militar russa na Ucrânia é, de fato, uma ação de libertação desses povos, que estão sob os ataques nazistas há 8 anos. A população do Donbass, inclusive, pediu para se incorporar à Federação Russa ainda em 2014. Na ocasião, o governo russo incorporou apenas a Crimeia, também após referendo, um território que sempre foi russo, com população toda russa, importante centro militar da Marinha Russa.
Quase uma década depois do golpe, com a evolução da situação política internacional, com destaque para a derrota dos Estados Unidos diante do Talibã no Afeganistão, e o avanço dos ataques militares contra a população do Donbass, a Rússia finalmente reconheceu a independência das Repúblicas Populares e agiu na região. Ao contrário da propaganda imperialista, o invasor na região é a própria Ucrânia, que declarou ilegal a cultura desses povos.
A bandeira da autodeterminação dos povos, usada tantas vezes de maneira demagógica para apoiar o intervencionismo dos países imperialistas para desmembrar países atrasados, agora se apresenta numa luta legítima e concreta. Contra o genocídio promovido pelo imperialismo nessas regiões, a Rússia trava uma guerra progressista e que deve ser apoiada pela esquerda.