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Destruição e golpe

“PEC da gastança”: capachos dos bancos querem a miséria do povo

Desemprego, fome, miséria generalizada por todo o País, cortes de direitos trabalhistas. Combater esses fatos é gerar crise para a imprensa burguesa, que ameaça o governo eleito

A imprensa golpista, nessa semana, retomou o ataque à PEC da Transição e deslancha uma ofensiva contra a política econômica do próximo governo, que vem sendo desenhada pelas indicações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Os jornais do “mercado” apelidaram a medida de PEC da gastança. A proposta objetiva garantir um mínimo para a assistência social: o Bolsa Família de R$600, com adicional de R$150 por filho de até seis anos, a recomposição da verba para merenda escolar, do programa Farmácia Popular, e mais algum valor para investimento na economia, na indústria nacional.

O valor pedido pelo governo eleito é de R$200 bilhões acima do Teto de Gastos, aprovado após o Golpe de 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB). Segundo a imprensa burguesa, o mínimo para a sobrevivência da população, mantendo-se o cenário de devastação do País, é caracterizado em editorial da Folha de São Paulo como: “a estratégia correta […] uma intervenção prudente na despesa pública, limitada ao suficiente para assegurar a assistência social”.

A diversidade da burguesia

A imprensa burguesa ainda fala em diversidade, pluralidade ideológica nos ministérios, após darem um golpe e fraudarem a eleição subsequente, com a prisão ilegal do então candidato, agora presidente eleito. Querem um FHC no lugar de Lula, contra a vontade do povo, dos eleitores, enquanto falam em democracia. Segundo a imprensa golpista, o ministério do presidente, figura histórica do Partido dos Trabalhadores, não deveria ser formado em primeiro lugar e em maioria por petistas, colocam como se fosse algo absurdo.

Os servos do “mercado” também defendem que “A responsabilidade fiscal [leia-se: redução de investimentos públicos e privatizações] facilitaria a queda da inflação e dos juros, e a economia poderia recobrar o crescimento sustentável, crucial para a redução da pobreza.” Pois bem, durante os seis anos do Golpe, e até hoje, foi implementada a “responsabilidade (ou austeridade) fiscal”. O resultado é desemprego, fome, miséria generalizada por todo o País, precarização do trabalho, aumento de horas e redução salarial e de direitos. A pobreza cresceu de maneira exponencial, e a economia do Brasil foi jogada ao atraso, com o fechamento de indústrias inteiras, como a naval. Os estaleiros estão abandonados. Os banqueiros controlaram a economia desimpedidos durante esse período, e o tal crescimento econômico se deu não pelo desenvolvimento, mas pela rapina, pela destruição nacional e pelo aumento da exploração da população trabalhadora.

Investimento privado, uma mentira

A coisa chega ao ridículo: as declarações de Lula contra as privatizações, em defesa do povo, das estatais com papel estratégico, são contrapostas ao tom de: “como se não fosse importante estancar a sangria dos cofres públicos com as estatais ineficientes e aumentar o investimento em infraestrutura e saneamento básico.” Nos anos do golpe, não houve qualquer investimento em infraestrutura. As empresas públicas foram todas sucateadas. Durante a pandemia, a verba da saúde foi tão “responsável” que dificultou ainda mais o SUS de prestar assistência à população.

As empresas de água e esgotos vêm sendo privatizadas Brasil afora, mas não a título de qualquer investimento. Ao final de 2022, consolidadas as privatizações, se apresenta um plano de investimentos pelo BNDES, ou seja, investimento público, enquanto os lucros foram privatizados e, a função social dessas empresas, descartada, uma aberração política e econômica, um crime contra o País.

Inflação: de onde veio, pra onde vai?

O problema da inflação ainda é constantemente elencado pela imprensa dos banqueiros como sendo fruto da política econômica que não se submeta aos interesses dos especuladores. Não citam, no entanto, que a inflação disparou nos últimos anos pela mudança na política de preços pela gestão da Petrobrás indicada pelos presidentes golpistas Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Os combustíveis e o gás de cozinha foram pareados com os preços internacionais para favorecer os acionistas, enquanto o preço de todos os produtos básicos para o trabalhador brasileiro, além dos combustíveis e do gás em si, dispararam. O lucro da Petrobrás nesse período se deu de maneira artificial, pela destruição do Brasil e a miséria da população. Dessa inflação, não falam. O quadro econômico pintado pelos capachos do mercado financeiro é uma fraude, tal qual o golpe de 2016 e a eleição de 2018.

Justamente o investimento público é o que pode contrapor o cenário de inflação, com a produção interna, por exemplo o refino de combustíveis. As refinarias vêm sendo fechadas e privatizadas pelos governos golpistas, o que também levou ao aumento do preço dos combustíveis e do gás. Inclusive, a construção de refinarias permitiria ao Brasil reduzir os preços no mercado interno, que não mais precisaria exportar petróleo cru e importar derivados refinados, um avanço ao País, com geração de empregos. A redução do preço dos combustíveis, tanto pela mudança da política da Petrobrás como pela maior autonomia na produção, reduziria a inflação dos produtos aos consumidores, e também o valor do transporte, beneficiando toda a indústria nacional. Esse é o combate real à pobreza e à miséria, com o desenvolvimento da indústria e do Brasil como um todo, caracterizado pelos jornais burgueses como o oposto.

Aviso de golpe

A imprensa venal da capital financeiro não termina suas críticas em si mesmas, mas dá a elas o caráter golpista de sua política. A destruição provocada pelo governo Jair Bolsonaro não será considerada em qualquer avaliação econômica, como ressalta a Folha: “Eleito com margem mínima de votos, Lula tem menor margem para erro. […] Tampouco a desculpa da ‘herança maldita’ encontrará eco além das hostes petistas.

A questão da “margem de erro” é demonstrativa. Caso Lula não cumpra o que exigem os banqueiros através de sua imprensa, uma campanha golpista, que pode ainda utilizar a figura de Bolsonaro, será colocada em marcha. O editorial se soma a vários avisos que vêm sendo dados pela direita. O governo Lula precisará se apoiar nos trabalhadores, mobilizados por suas organizações, em fileiras cerradas para pressionar por suas próprias reivindicações, contrapondo a pressão da burguesia, e para defender o governo eleito.

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