Nesse sábado (03), segundo comunicado da imprensa estatal iraniana, o Irã iniciou a construção de uma nova usina nuclear no sudoeste do país. Conhecida como Karoon, ela terá uma potência de 300 megawatts e custará cerca de US$2 bilhões (mais de 10 bilhões de reais). As obras devem ser finalizadas em cerca de 8 anos.
O anúncio ocorreu duas semanas após o país persa declarar que conseguiu enriquecer urânio a 60% de pureza, algo que levantou alarde ao imperialismo uma vez que o Irã já consegue produzir armas nucleares mais básicas.
O desenvolvimento cada vez mais acelerado do programa nuclear iraniano é ainda mais uma prova do porquê o imperialismo está atacando o país com tanta veemência nos últimos meses. Os protestos golpistas que vêm ocorrendo no Irã são parte disso, uma tentativa do imperialismo de invadir o país e acabar com a sua soberania, impedindo que se desenvolva como uma força anti-imperialista no Oriente Médio.
Dados recentes divulgados pelo governo iraniano mostram a tendência da imprensa imperialista em caluniar o país para, justamente, levar adiante essa operação contra o Irã.
Teerã afirmou que, oficialmente, cerca de 200 pessoas morreram durante as manifestações impulsionadas pelo imperialismo desde setembro. Além disso, estima-se que os danos totais causados pelos manifestantes aos órgãos estatais e às organizações privadas foram superiores a US$200 milhões (R$1,04 bilhão).
Enquanto isso, há pouco tempo, Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, estava apagando uma publicação feita no Twitter que afirmava que as autoridades iranianas haviam imposta a pena de morte em 15.000 manifestantes.
Decerto que se trata de um exagero que nem mesmo a imprensa capitalista foi corajosa de sustentar. Entretanto, os grandes jornais imperialistas jogam o número para cima, colocando a coisa mais próxima dos milhares. A Human Rights Activists News Agency, um veículo “sem fins lucrativos” que serve para infiltrar os interesses do imperialismo no Irã, por exemplo, noticiou que quase 500 pessoas haviam morrido nos protestos.
De maneira geral, o imperialismo procura criar uma realidade paralela no que diz respeito à situação política no Irã. Mas fato é que o país sofre uma investida golpista agressiva que tenta derrubar o governo nacionalista de Ebrahim Raisi. Este, por sua vez, preocupa-se em desenvolver o programa nuclear iraniano justamente para fazer frente ao imperialismo na região.
Não devem restar dúvidas, portanto, que o Irã é um dos principais, senão o principal alvo do imperialismo no Oriente Médio. Não é à toa que, segundo declaração da Casa Branca, em agosto deste ano, Joe Biden disse ao presidente de Israel que os Estados Unidos nunca deixarão o Irã desenvolver armas nucleares.
Agora que o país indicou que não vai abaixar a cabeça à ditadura do imperialismo, formalizando acordos políticos e econômicos cada vez mais profundos com a Rússia e a China, pode se esperar uma investida ainda mais forte contra o povo iraniano. Algo que deve ser denunciado de maneira categórica por toda a esquerda que, muito pelo contrário, faz frente única com o imperialismo na questão do Irã.