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Cantor e compositor

Pablo Milanés, a grande voz da Nova Trova cubana

Sua arte inovadora era produto da Revolução Cubana

Na madrugada dessa terça-feira, dia 22, o mundo perdeu um dos mais importantes artistas da música popular latino-americana, Pablo Milanés. Compositor, cantor e instrumentista cubano, Milanés foi um dos fundadores do movimento de música popular conhecido como Nova Trova.

Com 79 anos, o artista estava internado em Madri em decorrência de uma doença onco-hematológica que o acompanhava há vários anos. 

Nascido em Bayamo, Cuba, em 1943, Milanés tinha 16 anos quando eclodiu a revolução no país. O jovem artista é, então, um produto direto da revolução e das transformações culturais que ela refletiu.

Junto com Sílvio Rodrigues e Noel Nola, fundou o movimento Nova Trova Cubana que é expressão da revolução. De uma geração mais velha, o cantor e compositor Carlos Puebla também pode ser colocado nesse movimento.

Autor de uma vasta produção musical, são mais de 50 discos na carreira, seu primeiro disco é de 1974, “Versos sencillos”, com versões musicadas de poemas do libertador de Cuba, José Martí.

De sua vasta obra se destacam muitas canções políticas e de temas variados. Como compositor popular, conseguiu grande popularidade com a canção  Yolanda, que no Brasil conta com uma versão em português de Chico Buarque e é a música mais gravada do compositor.

O sucesso de Yolanda, uma canção de amor relativamente simples perto de outras composições de Milanés, em todo o continente latino-americano, não resume a qualidade de obra como compositor. Ele foi um artista típico do movimento de música popular de sua época, sabendo, como poucos, agregar à música popular e folclórica do continente, as criações mais modernas da música.

Como dois exemplos dessa capacidade do compositor, podemos citar as músicas La vida no vale nada e Canción por la Unidad Latinoamericana. Esta última, inspirada na ditadura militar chilena, um chamado de luta e solidariedade entre os povos da América Latina, um verdadeiro hino político moderno de unidade do continente.

As possibilidades abertas pela Revolução não produziram apenas um compositor político, sensível aos problemas sociais de sua época. O regime revolucionário reflete também as inovações estéticas de sua música. No início da década de 70, Milanés participa do “Grupo de Experimentação Sonora” com outros músicos.

A imprensa capitalista tenta mostrar uma desavença entre Milanés e o regime cubano. Em sua juventude, entre 1965 1 1967, o artista teria sido detido em campos de trabalho.​​Se há uma realidade nesse fato, o compositor nunca foi um inimigo do regime. Longe disso, era simpático à Revolução e um artista de esquerda e progressista.

Tanto é assim que o presidente de Cuba prestou uma bela homenagem ao compositor em seu Twitter: “Desaparece físicamente uno de nuestros más grandes músicos. Voz inseparable de la banda sonora de nuestra generación.”

As críticas ou discordância que Milanés possa ter tido com o regime cubano são uma boa prova do caráter democrático do regime. Diferente do que o imperialismo apresenta, Cuba está longe de ser uma ditadura. Antes, a revolução criou as condições sara o desenvolvimento de artistas que estão entre os maiores de seu tempo. Com todos os problemas que possamos apontar no regime, produto do embargo criminoso que sofre do imperialismo, o movimento da Revolução Cubano possibilitou o desenvolvimento cultural espetacular na pequena ilha do Caribe.

A Nova Trova Cubana

O movimento da Nova Trova vale uma nota à parte. Essa é a expressão cubana do movimento cultural geral na América Latina que convencionou-se chamar de Nova Canção, entre os anos 60 e 70. No Brasil, o correspondente é a MPB, considerada o precursor desse movimento.

A característica comum em todos os países era a busca pelas raízes da cultura popular e folclórica agregado às inovações técnicas do que se fazia de mais moderno na música na época.

A proximidade da música brasileira e cubana aproximou também os compositores. Pablo Milanés tem parcerias com Chico Buarque e Milton Nascimento.

O falecimento de Pablo Milanés é mais uma perda importante na música popular esse ano.

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