Segundo um levantamento feito pelo Observatório do Conhecimento, o investimento previsto para as universidades federais em 2023 é o menor em 10 anos. São apenas R$ 5,39 bilhões para gastos como investimentos e financiamentos.
Para que se tenha uma ideia do valor, no ano de 2014, o primeiro no qual a organização, uma rede formada por associações e sindicatos de docentes de universidades, fez um levantamento do orçamento, eram cerca de R$ 13,94 bilhões —o valor é mais que o dobro daquele planejado para o próximo ano; se considerada a inflação, há uma redução de quase 75%.
As universidades foram um dos setores mais prejudicados pelo governo Bolsonaro. Foram inúmeros cortes feitos periodicamente que colocaram em risco o fechamento das instituições pelo País inteiro, durante todos os quatro anos de governo.
As universidades, assim como as escolas e outros serviços públicos de maneira geral, foram sucateados ao extremo, abrindo diversos pretextos para a falta de investimento do governo, que alegava que esses serviços eram inúteis e que, portanto, era necessária sua privatização, apesar de toda a importância dos serviços para a população, que não tem como pagar por atendimentos privados.
Investimentos foram retirados, salários foram reduzidos e os estudantes ficaram a mercê da sorte, com moradias estudantis em péssimas condições, restaurantes universitários muitas vezes fechados e uma infraestrutura extremamente precária para o aprendizado dos alunos.
O orçamento para as universidades, conforme o mesmo relatório do Observatório do Conhecimento, vem decaindo a cada ano. É possível afirmar que esse seja o menor orçamento em muito mais tempo, uma vez que a organização só começou a realizar o relatório em 2014, ano no qual o planejamento vinha em uma alta considerável se comparado com os dias de hoje.
O estudo também aponta que, para o investimento em ensino superior público e pesquisa, caiu 58% entre 2014 e 2023, passando de R$ 40,76 bilhões para R$ 17,10 bilhões — mais uma baixa significativa na conta de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Na época em que a pesquisa foi feita pela primeira vez começavam também as tentativas assíduas de desestabilização do governo Dilma, o qual seria derrubado por um golpe em 2016.
Para reverter essa situação, o governo Lula deve romper o Teto de Gastos. O dinheiro do orçamento federal não tem que ir para os banqueiros, para a burguesia ou para os especuladores, mas sim para o povo, com investimento em saúde, educação, infraestrutura e tudo mais o que seja necessário, com quanto dinheiro for necessário gastar.