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Intensificar a mobilização

Intensificar a mobilização após a vitória de Lula

Maior liderança operária do país foi matematicamente eleito às 19h55 de hoje

Em uma das disputas mais acirradas da história, Luiz Inácio Lula da Silva, o companheiro Lula, venceu o segundo turno das eleições presidenciais. O candidato do PT foi consagrado presidente eleito às 19h57 horas, quando cerca de 99% das urnas já haviam sido apuradas.

Diferentemente da maioria das eleições, quando o povo é obrigado a escolher entre dois ou três picaretas quem será o próximo a governar em nome dos seus patrões, a vitória de Lula representa uma vitória espetacular para a classe operária. Afinal, trata-se de uma liderança operária — a maior da América Latina —, perseguida pelo regime político e eleita em meio a uma revolta crescente contra o golpe de Estado de 2022. A vitória de Lula é uma vitória da classe operária contra o golpe de Estado.

Em vários momentos, durante a campanha eleitoral, esse aspecto veio à tona. Lula participou de atos muito grandes e combativos, onde compareceu os favelados, os trabalhadores vestidos de vermelho, os sem terra — enfim, o povo. Às vésperas da eleição, o candidato petista divulgou uma carta com um programa reformista extremamente limitado, mas em que se recusava a levar adiante a política neoliberal. No debate da Rede Globo, Lula destacou que Bolsonaro é herdeiro do golpe de Estado e ainda criticou a sua política externa de capacho norte-americano. Tanto foi assim que os principais jornas da burguesia imperialista não se eximiu de criticar, em vários momentos, a falta de compromisso de Lula com o tal “mercado”.

As condições em que essa vitória ocorreram, contudo, precisam ser bem avaliadas. Bolsonaro teve mais de 50 milhões de votos — um índice altíssimo, que já era muito alto no primeiro turno, quando tinha um apoio muito inferior na classe dominante. Bolsonaro, embora muito menos popular que Lula, tem uma base de milhões de pessoas, sobretudo composta por elementos da classe média, mas também composta por trabalhadores mais atrasados. O resultado, portanto, expôs um nível altíssimo de polarização.

E não é só isso. No último período, os setores cada vez mais majoritários da burguesia que defendiam a candidatura bolsonarista organizaram uma verdadeira mobilização patronal em prol do candidato do PL. Mais de 2 mil denúncias de “assédio eleitoral” — na verdade, a coação dos patrões aos seus empregados — vieram a público, empresários doaram mais de 60 milhões de reais para a campanha de Bolsonaro e as cidades que tinham uma maior propensão ao voto em Lula ficaram ameaçadas de não terem transporte gratuito. Não foram crimes eleitorais isolados, mas uma iniciativa da burguesia, uma mobilização de classe para impedir a vitória de Lula, que inclusive contou com a conivência total da Justiça eleitoral.

Essa mobilização só se intensificou no dia da eleição. Empresas de ônibus se recusaram a disponibilizar o transporte gratuito em vários lugares, o metrô de Minas Gerais desobedeceu, por horas, a determinação da Justiça que garantia o passe livre no estado, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuou explicitamente para impedir o deslocamento de milhares de eleitores. As operações da PRF, inclusive, teriam sido articuladas pelo próprio governo federal, segundo um colunista do jornal O Globo.

Tudo isso demonstra que a vitória de Lula só foi possível por causa de uma imensa crise no interior do regime político. O apoio de Lula na medida em que o petista mobilizou sua base no segundo turno, se mostrou tamanha que inviabilizou um golpe eleitoral contra o petista. Isto é, não fosse o imenso apoio popular de Lula e o receio da burguesia da crise que se abriria com sua derrota provocada por um golpe eleitoral, Bolsonaro poderia ter ganho.

Esse quadro mostra que a situação não está nada garantida. Da mesma forma que os patrões se mobilizaram para tentar dar a vitória a Bolsonaro, a burguesia poderá muito bem organizar uma iniciativa para impedir que Lula tome posse. Lula, afinal, representa a reversão de toda a política que os capitalistas vêm levando desde o golpe de Estado.

Por isso, é preciso uma iniciativa igualmente classista para garantir que o governo Lula aconteça. É preciso que os trabalhadores, utilizando os seus métodos, se mobilizem em torno da posse de Lula. Isto é, ocupem as ruas e as fábricas — que declarem guerra aos golpistas!

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