As semifinais da Copa do Mundo do Catar mostraram até bons jogos, contudo podemos dizer sem medo de errar que foi muito menos que um bom futebol. Estava em jogo também, todo um interesse, do imperialismo em garantir que ao menos uma de suas seleções pudesse estar lá.
A rodada começou no dia 14, com Argentina e Croácia. Um jogo que poderíamos dizer no mínimo estranho se transforma em um triunfo para Messi e uma demonstração de apaixonite aguda da imprensa burguesa brasileira. Passando pela polêmica do pênalti, onde os croatas acusam que o seu goleiro mantinha os dois pés no chão, ou seja, natural da posição. Chegamos ao segundo gol: um jogador sai com a bola dominada da sua área e faz o gol sem nenhum enfrentamento. Podemos dizer, sem nenhum medo de errar, que o terceiro gol, com a jogada de Messi, que houve apenas lances com toques curtos de bola na direção do gol. Deixariam os croatas que os jogadores como Neymar, Richarlison ou outros, tocassem a bola nessa liberdade? Certamente não. Nada mais nítido de um jogo para outro. O resultado foi usado como uma nítida propaganda contra a Seleção Brasileira, sendo repassado diversas vezes nas televisões, criando uma ilusão de que Messi seria o melhor e toda a nossa seleção não serviria para nada. Era nítida a campanha, e claramente a ideia.
Ontem tivemos França contra Marrocos. Simplesmente todo o “mundo” torcendo para a seleção marroquina. O jogo tem um gol logo no início, aos 4 minutos do camisa 22, Theo Hernández, o que não demonstrava o jogo. Marrocos tomou sua posição e também teve belas oportunidades, tendo um pênalti a seu favor sendo discutido. O segundo tempo foi do Marrocos, mostrando que a seleção da França não é nenhum bicho-papão e por várias vezes a equipe marroquina teve a oportunidade de empatar o jogo sem nenhuma dificuldade. A França fez o segundo em um lance de contra-ataque já esperado pelo avanço das linhas marroquinas em direção ao gol.
Teremos a final entre Argentina e França. Porém, deve-se ficar claro que a Copa do Mundo está mostrando de uma forma muito clara a influência do imperialismo nos seus resultados. Por diversas vezes o VAR foi, ou não, acionado – visto que o próprio não acionamento do VAR é uma influência -, como no jogo do Brasil contra Croácia e no jogo da França. A Argentina chega na final como um futebol hispânico, contudo, não é do agrado do imperialismo. Há um favorecimento grande para que a França leve a taça.
No capitalismo nada passa sem o seu controle. O dinheiro flui de um grande capitalista para outro. De “porto seguro” para “porto seguro”. Achar que todo um evento, onde se giram bilhões de dólares, como a Copa do Mundo, não estaria sob o controle dos grandes capitalistas e seus interesses, é no mínimo inocente. A final é a ideal para o imperialismo. Seu favorito é a França, mas caso a Argentina saia vencedora, sua vitória também será usada como propaganda contra o futebol brasileiro. Se falarmos em perspectiva, é precisar superar o capitalismo para que possamos ter um esporte, que todos joguem de igual para igual.