O videogame, um passatempo mágico, porém também muito perigoso – afinal, é o videogame que cria assassinos em série, crianças psicopatas, e adolescentes depressivos com grandes tendências a entrar em escolas atirando em todo mundo.
E claro que a loucura da juventude maligna não é o sistema completamente falido que só arrasta todo mundo para a loucura e para o buraco – longe disso. O que realmente enlouquece nossas crianças e adolescentes são os videogames, que ensinam uma criança inocente a mexer em armas, matar prostitutas e velhas, ou prostitutas velhas, entrar em gangues, brincar de sniper na escola e espancar até a morte o coleguinha de classe.
Mas, convenhamos, todos nós já tivemos lá dentro aquela vontade inocente de ir atrás de uma pessoa chata, ou atear fogo em um direitista babaca, ou empalar e esquartejar o seu chefe mala junto com aquela pessoa inconveniente e cagueta.
Todos nós já sentimos muita raiva lá dentro de si. Uma maneira interessante (e mais saudável!) de liberar essa angústia misturada com ira, que o dia a dia podre, estressante e deprimente, porém comum, da rotina ou do estudante, ou do trabalhador, é justamente o videogame. Além também de ser uma ótima maneira de passar o tempo, não diria edificante, mas em muitos casos relaxante (menos quando é de terror o jogo).
Esse papo furado de que é o videogame que acaba com a cabeça das pessoas é só mais uma maneira da burguesia tirar o corpo fora, colocando a culpa da violência, da raiva crescente na juventude, do aumento de transtornos mentais e de jovens extremamente revoltados (e muitas vezes bem estranhos) não na exploração do trabalho, não na falta de perspectiva de vida, não nas condições de vida terríveis de toda a população, não no sistema falido, e sim no maldito e terrível videogame — ooooh, nos salvem desta praga!
Como uma coisa quase religiosa, essa ladainha sempre volta, parecendo teoria da terra plana ou coisa de direitistas conservadores malucos. Aquela pessoa da Universal que tira demônio do corpo, sabe? Essa história do videogame sempre volta quando é preciso justificar o porquê de toda a revolta e raiva da juventude… “são os videogames“.
Esse foi o assunto abordado no podcast Pró Cultura dessa semana, na última sexta-feira (19). O assunto foi abordado com mais profundidade e mais humor também pelos companheiros no programa, assistam, e se deleitem com a obra-prima:
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