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O cinismo golpista do PSB

É de um cinismo absoluto a declaração do presidente do PSB, e serve para tentar escapar da responsabilidade do partido pelo golpe de Estado

Toda a desgraça que o país está vivendo poderia ter sido evitada por um simples telefonema, segundo declaração do presidente do PSB, Carlos Siqueira, em entrevista para o UOL. Siqueira disse que “nós poderíamos ter evitado [o golpe]. Se metade da bancada do PSB votasse contra, não teria havido impeachment.”

Diante da colocação, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, em sua rede social afirmou: “precisa ser muito cínico, precisa ser muito canalha para dar uma declaração dessas. Nós também não recebemos nenhum telefonema. Será que faz parte do elenco de desculpas para boicotar a candidatura de Lula?”

O golpe de Estado colocou em marcha no País diversos ataques contra a população trabalhadora, colocou uma série de organizações da extrema direita na rua, atacou direitos políticos, etc. E o presidente do PSB afirma que precisava de uma ligação para ter evitado isso.

É de um cinismo absoluto a declaração do presidente do PSB, e serve para tentar escapar da responsabilidade do partido pelo golpe de Estado. Partido que de socialista não tem absolutamente nada, só o nome. A declaração, na verdade, é um deboche.

Foram e efetivamente são responsáveis pelo golpe de Estado e já se colocam como um obstáculo à candidatura de Lula este ano, para confirmar sua posição golpista e a venalidade diante da burguesia golpista. 

Assim, é preciso relembrar as declarações do PSB durante o golpe de Estado. Vejamos:
“a equipe governante e a própria mandatária dedicam-se, quase que exclusivamente, a promover os meios de se manterem no poder”, disse a nota oficial do PSB durante o apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. Continua afirmando que o golpe seria o melhor para o Brasil, “para que se possa sanar, de forma pacífica e construtiva, os vícios insofismáveis das eleições de 2014 e o desgoverno que se assenhorou do nosso país”. 

Antonio Carlos Valadares, representante do PSB no Senado Federal na época, disse: “afirmo que a nossa bancada por sua maioria, é favorável à abertura de investigação no Senado e que, na reunião da Executiva Nacional, juntamente com o senador Fernando Bezerra (PSB-PE), votamos hoje sim, pelo impeachment”. 

E tudo isso por uma falta de telefonema, segundo o atual presidente do PSB. Essa declaração é de uma desfaçatez e um descaramento sem precedentes, e merece o repúdio de todos que estiveram na luta contra o golpe de Estado.

Carlos Siqueira dizia, por fim, ainda em abril de 2016: “Em face desta sombria realidade, que se amplia dia a dia pela impotência do Governo para reagir à conjuntura, a dinâmica política impõe ao PSB apoiar o processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. Por óbvio, ressalte-se que esse é um instrumento constitucional e legal, embora extremo, que na impossibilidade da solução política ideal, ou seja, a antecipação de novas eleições presidenciais, passa a ser oficialmente apoiado pelo Partido.”

Faltou o telefonema…

Por fim, é preciso denunciar, desde já, a política sabotadora de boa parte da esquerda, que não declara apoio à candidatura de Lula e se esconde atrás dos prazos eleitorais e convenções para atrasar o máximo possível a decisão, e a própria campanha. 

Ao final, gente como o presidente do PSB tende a entregar a candidatura de Lula à própria sorte, o que é tão somente a continuidade da política golpista esposada em 2016 e vigente até o momento dentro do partido.

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