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Inclusão para inglês ver

O antirracismo de fachada do governo Biden

Colocar pessoas negras em posições de destaques dentro do capitalismo, só serve como uma cortina de fumaça para prejudicar a verdadeira luta pelos direitos dos trabalhadores.

Lloyd Austin

A esquerda pequeno-burguesa não se cansa de levar rasteira. Acredita em qualquer coisa, desde que a história venha embrulhada para presente, seja bem contada e tenha um ótimo fundo moral. Por exemplo, essa igualdade racial promovida pelos Democratas, nos EUA. A igualdade é uma coisa boa, sim? É moralmente correta? Óbvio! O Partido Democrata americano luta pela igualdade? Acredita quem quer.

Joe Biden foi totalmente blindado pela grande imprensa e pelas bigtechs. O jornalista Glenn Greenwald foi censurado pelo The Intercept porque denunciou as relações de Hunter Biden, filho do atual presidente, com laboratórios de armas químicas na Ucrânia. Qualquer crítica ao presidenciável era automaticamente interpretada como apoio ao espantalho Donald Trump. E, sim, Trump foi censurado pelos monopólios da comunicação. Isso mesmo, o presidente dos Estados Unidos teve contas bloqueadas. Quem poderia imaginar?

O passado de Biden foi olimpicamente escondido pelos monopólios da comunicação. Conforme noticiamos, Biden é o pai da lei de encarceramento e assassinato de negros, e revelar esse fato foi considerado uma ofensa, um apoio ao fascismo, para a esquerda domesticada, aquela que tremia ao ouvir falar a palavra Trump.

Tara Reade, que é ex-assistente de Biden, quando ele era senador, o denunciou por assédio sexual. Mas quem ousasse levantar essa questão durante a disputa eleitoral receberia, inevitavelmente, um olhar furioso de qualquer feminista pequeno-burguesa. Afinal, o que é uma passadinha de mão diante da ameaça do fascismo?

É bonito de ver tanta diversidade de cores no gabinete de Biden. Tudo bem que ele não curte muito os árabes. Pelo menos não parece, uma vez que foi um ferrenho militante para a invasão ao Iraque. Apenas entre os anos de 2003-2011, morreram por volta de 600 mil pessoas, a maioria civis. Desse montante, quantas eram mulheres, crianças e idosos? No entanto, a crítica aos árabes sempre recai sobre serem machistas. Os bandidos da história são os machistas, representantes do patriarcado; os mocinhos são os que atiram bombas sobre as mulheres.

Demagogia identitária

Para começar, a vice de Biden é uma mulher negra. Kamala Harris, que sempre foi tigrona com os pretos pobres, tchutchuca com os brancos ricos. Sua candidatura não passa de uma enorme demagogia. É claro que também foi blindada pela grande imprensa. O Washington Post chegou a apagar uma matéria de crítica a Kamala Harris e sua irmã, que zombavam das condições desumanas das prisões nos EUA.

Biden tem cinco ministros negros. Para os identitários isso deve ser uma verdadeira conquista. No livro O Racismo Estrutural, de Silvio Almeida, faz parte das sugestões para combater o racismo:

a) promover a igualdade e a diversidade em suas relações internas e com o público externo – por exemplo, na publicidade;

b) remover obstáculos para a ascensão de minorias em posições de direção e de prestígio na instituição;

Os senhores de engenho colocavam negros para caçar escravos fugitivos, sem dúvida os capitães do mato tinham conseguido uma ascensão social. E o que dizer dos generais negros? Colin Powell mentiu descaradamente no Conselho de Segurança da ONU para iniciar uma guerra contra o Iraque. Sacudiu um frasco com sabão em pó e alegou que seriam esporos de Antraz produzidos por Saddam. E o que dizer de Lloyd Austin, responsável por massacres no Iraque, Afeganistão, Iêmen, Síria? Esse senhor atuou no governo Obama que, por sinal, é negro.

Foi o governo Obama o responsável pelo golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Aqui no Brasil, quantos negros, mulheres, lgbtqia+ foram atirados na mais profunda miséria, ou perderam seus direitos trabalhistas? Biden era vice de Obama.

Lloyd Austin foi ao Leste Europeu para dizer com todas as letras que estavam usando a Ucrânia para desgastar a Rússia. Ou seja, matando pessoas, produzindo fome e miséria para atacar um outro país. Biden, como todo bom demagogo, está usando um negro para fazer o trabalho sujo.

Encarceramento em massa

Deixando de lado todo o blá-blá-blá identitário, para se saber a verdadeira situação dos negros nos EUA, basta dar uma espiada nas prisões para ver a cor da pele da maioria dos detentos. James Baldwin já havia denunciado isso em seu livro No Name in the Street (1972). Embora a população negra não ultrapasse 12% nos EUA, a maioria dos 3 milhões de presos naquele país é de negros.

Baldwin denunciou que os EUA utilizaram o encarceramento para assassinar praticamente todos os dirigentes dos Panteras Negras e desarticular o partido. Qualquer um sabe o quão simples seria justificar que determinado indivíduo teria morrido em uma ‘briga’ na prisão.

Essa realidade cruel contrasta com a festa que fizeram com a eleição de Biden. É inadmissível que a esquerda caia em uma demagogia tão barata. Pior, a eleição apertada de Biden contra Donald Trump se deveu, além da gritante fraude eleitoral, a uma completa adesão da esquerda que jogou com a carta do ‘mal menor’.

‘Mal menor’

A tática do espantalho deu certo. Trump entrou em cena como a ameaça fascista, e Biden como o mal menor. Algo como o que estão tentando fazer nestas eleições presidenciais, na qual Bolsonaro faz o papel de espantalho para atrair votos da esquerda para a candidatura da Terceira via. O que os incautos não perceberam, é que Biden era o candidato preferencial, não um ‘mal menor’, pois se trata de um representante do grande capital financeiro e da indústria de guerras. No Brasil, a Terceira via é, de fato, a via preferencial para a burguesia.

Uma das primeiras ações do ‘mal menor’ foi bombardear a Somália, por acaso um país africano. Por conta de sua agressividade, a Rússia teve de entrar em conflito com a Ucrânia. A China está a ponto de invadir Taiwan e já se abre uma nova frente no Cossovo. Em outras palavras, o mocinho está a ponto de colocar a humanidade em uma terceira guerra mundial.

A Terceira via se apresentará como identitária, inclusiva, como o ‘mal menor’ contra a ameaça fascista, mesmo que a candidata e sua vice nunca tenham feito nada em prol das mulheres. Antes o contrário, ao apoiarem o golpe de 2016, contribuíram para a ruína de milhões de mulheres, pois são elas que mais sofrem durante as crises.

A esquerda revolucionária sabe que não haverá inclusão ou emancipação de negros, mulheres e minorias sexuais sob o capitalismo, isso é impossível. A única saída está na luta da classe trabalhadora contra a burguesia, contra o imperialismo, que é sua expressão máxima.

As pautas identitárias, os apelos a que se votem em candidatos ‘menos ruins’, apenas atrasam a luta e contribuem para o fortalecimento da burguesia que já está caindo de podre, e só não desaba de vez porque acaba também se apoiando em setores atrasados da esquerda.

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