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Análise Política de 3ª

“Nosso voto é em candidato operário”, Rui Costa Pimenta

Rui Costa Pimenta analisa os principais acontecimentos políticos do fim de semana

Depois do primeiro debate do 2º turno entre Lula e Bolsonaro, o programa “Análise Política da 3ª” recebeu Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, para fazer uma análise do debate e de questões da política nacional e internacional. Seguem os pontos centrais da análise.

Greve na França

Ocorre na França uma greve geral dos trabalhadores tendo como principal reivindicação o aumento salarial para cobrir a perda do poder de compra causada pela inflação. A Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal central sindical da França, dá conta de mais de 300 mil trabalhadores paralisados no primeiro dia de greve, e 107 mil manifestantes nas ruas de Paris. Rui Costa Pimenta comenta que a crise de combustíveis, oriunda das sanções contra a Rússia, despertaria a mobilização da classe operária europeia. Como a França é o país onde a classe operária é a mais politizada no mundo é natural que lá tenha começado esse tipo de mobilização. Esse evento mostra a fragilidade do capitalismo, que tem enfrentado o problema das sanções à Rússia. Outro ponto relevante é mostrar como a classe operária está muito ativa, dominando o panorama político na França, o que tende a se espalhar por toda Europa, já que não é uma questão apenas local. Isso põe em xeque o governo Macron, que já é bastante impopular. A esquerda deve ficar atenta à França. Em primeiro plano, é preciso apoiar a greve dos operários e ficar contra Macron, diferentemente do que aconteceu na questão dos coletes amarelos. Agora não é mais possível acusar os manifestantes de direitistas. A classe operária mostra sua força, botando de joelhos a economia francesa. A dimensão da crise na França chega a níveis de ⅓ dos postos que não têm mais gasolina e que o governo não está conseguindo contratar funcionários para cobrir os grevistas.

Debate presidencial Lula x Bolsonaro

Após o debate presidencial entre Lula e Bolsonaro no debate da Band do último domingo, houve diferentes diagnósticos na imprensa sobre quem teria vencido o enfrentamento. A imprensa progressista aponta Lula como vencedor, os bolsonaristas indicam que Bolsonaro levou a melhor, enquanto a mídia burguesa aponta um empate. Rui Costa Pimenta aponta que essa é uma discussão abstrata, que o importante é que impacto na opinião pública o debate gerou. Na opinião do presidente do PCO, o desempenho de Lula foi abaixo do que se espera dele, já que é um político experiente que tem como qualidades o pensamento ágil e a resposta na ponta da língua, não conseguindo rebater Bolsonaro como esperado, principalmente na questão da corrupção. Isso se deve à política de conciliação com golpistas que o PT promoveu para esta campanha eleitoral. Para rebater as acusações de corrupção, Lula teria de denunciar a trama armada pela burguesia para que ocorresse o golpe de Estado que tirou o PT do poder, botou Lula na cadeia e pôs Bolsonaro no governo. A questão não se tratou da corrupção no governo do PT, mas sim de uma política de perseguição da burguesia, na qual estava, por exemplo, Geraldo Alckmin, que culminou no golpe de Estado. Porém, ao fazer aliança com esses setores, Lula abriu mão de ter uma explicação convincente quanto a essa questão. Rui também atenta para o fato de Bolsonaro ter estado muito tranquilo no debate, até mais que Lula, o que levanta a suspeita acerca dessa tranquilidade, o que não era esperado já que tem-se notícia de uma posição desfavorável de Bolsonaro nessas eleições. 

Campanha de Lula x Campanha do PT

Há uma evidente contradição entre a campanha enveredada por Lula e a tocada pela direção do PT. De um lado, o Lula vai às favelas para falar de problemas sociais, o que aponta uma guinada à esquerda, enquanto que, por outro lado, a campanha institucional via por caminhos reacionários, como a questão da religião e da pedofilia. Nesse sentido, são duas campanhas diferentes: uma dirigida à população pobre e outra a uma direita imaginária. E não se consegue saber o que está acontecendo, já que as pesquisas não estão apontando o quadro real da população.

Por que o PCO não apoia Haddad a governador de São Paulo?

O PCO tem sofrido críticas por não estar apoiando o candidato Fernando Haddad, do PT  a governador de São Paulo. Rui Costa Pimenta aponta o absurdo de se atacar o PCO pela decisão de voto nulo em São Paulo por ser o Partido que mais está apoiando a candidatura do PT à presidência da República, na pessoa do Lula. Cabe lembrar que o PCO apoia Lula Presidente incondicionalmente desde 2018, quando o companheiro do PT foi preso e teve sua candidatura impugnada, num artifício jurídico político. Rui ainda destaca que o PCO só vota em candidatos do PCO. Excepcionalmente, o Partido vota em candidatos de outro Partido, obviamente de esquerda e com ligações com a classe operária. Ele ainda levanta que os Partidos comunistas em outros países não votam em candidatos de outros Partidos. Então, o PCO estar apoiando o Lula já é uma grande coisa. A eleição é o momento de fazer propaganda de um programa. Assim, o PCO não tem compromisso de votar em candidato de outro Partido. Outra questão é que a esquerda tem o pensamento de que na eleição deve-se escolher o candidato menos pior apresentado, o que é um pensamento político infantil. Por exemplo, no RS a esquerda está levantando voto no candidato tucano Eduardo Leite, que é um fascista igual ou pior que Bolsonaro. Essa política te deixa refém de um mecanismo eleitoral. O PCO, assim como não votará em Haddad, também não votou em Boulos. Isso porque são candidatos da pequena-burguesia, classe social diferente da operária. O Lula é um caso diferente, apesar de confuso. Os trabalhadores veem Lula como um trabalhador, e para o PCO isso é uma questão importante. 

Rui destaca que o PCO é um Partido que luta pela Revolução Proletária, não pelo “mal menor”. Ele também relembrou um fato histórico do período da Ditadura, quando quase toda a esquerda estava dentro do MDB, que era o Partido da burguesia que duelava contra o militar, ARENA; até o momento em que Lula lançou a ideia de organizar o Partido dos Trabalhadores. Nesse instante, Lula foi acusado de querer dividir a esquerda. Um momento emblemático ocorreu nas eleições estaduais de 1982, quando Lula lançou-se candidato ao governo de São Paulo, e toda a esquerda defendeu que ele retirasse a candidatura em apoio a Franco Montoro, candidato do MDB. Nessa lógica de apoiar o “mal menor”, Lula teria retirado sua candidatura.

Nesse sentido, o PCO apoia incondicionalmente Lula porque entende que é importante apoiá-lo no contexto político atual, mas é totalmente contra a aliança feita com setores golpistas, como Geraldo Alckmin.

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