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Rui Costa Pimenta

“No próximo período, se colocará em pauta o fim da monarquia”

Crise no Reino Unido com morte de Elizabeth II foi analisada pelo presidente do PCO no programa Análise de Terça, ocorrido ontem

Ontem (20) ocorreu novamente o programa Análise de Terça, apresentada pelos companheiros Henrique Áreas, João Pimenta e Rui Costa Pimenta. A análise ocorre no canal da Rádio Causa Operária, todas as terças, às 16h.

Dentre os assuntos abordados, podemos destacar o caráter de um possível governo Lula, a caracterização do apoio a Lula nestas eleições e como a burguesia vê o candidato neste período. Além disso, também foram rapidamente abordados temas como a questão da crise na monarquia no Reino Unido e como está sendo a campanha do PCO neste período eleitoral.

Lula e a burguesia

Uma das primeiras questões levantadas foi a reunião de Lula com os ex-presidenciáveis, que teve presença de inúmeras figuras como Alckmin, Meirelles, Marina Silva, Guilherme Boulos, Luciana Genro, Fernando Haddad, entre vários outros. O companheiro Rui levantou, frente às dúvidas dos companheiros, que, apesar da quantidade de figuras execráveis presentes na reunião, isso não representou nada significativo, uma vez que boa parte deles são políticos burgueses e pequeno-burgueses apoiados por uma parte ínfima da burguesia. Rui reforçou que essa reunião não representa nada no sentido de mudança de posição da burguesia para com a candidatura de Lula.

Militantes do PCO realizam panfletagens e agitação entre os trabalhadores, por Lula Presidente

Frente a essas colocações, um internauta perguntou a diferença entre os políticos do PSOL, os quais vêm sendo denunciados por serem financiados pela burguesia, e Lula, considerando ainda está última reunião. Sobre o assunto, o companheiro Rui afirmou que existe uma grande diferença de quando se é construído pelas greves, pela luta da população pelos seus direitos, como é o caso de Lula, e de quando se é artificialmente montado pelo imperialismo, como é o caso dos políticos do PSOL, como Boulos e Sônia Guajajara. Lula tem uma base, mas é um reformista e, como tal, vai entrar em contato com todos os setores possíveis para ser aceito — política a qual o PCO não concorda, mas é algo a se esperar de Lula.

Uma pergunta interessante feita pelo apresentador João Pimenta colocava na mesa a possibilidade da burguesia estar se ausentando das eleições, uma vez que a política da classe dominante frente aos dois candidatos principais, Lula e Bolsonaro, não está muito clara. O companheiro Rui colocou que, de fato, não há muita clareza da política da burguesia para o momento, entretanto, isso não significa que não há uma política — muito pelo contrário, esse setor é altamente participante na política justamente por querer manter seu controle sobre o regime político, e por isso não vai abandonar a questão por um motivo qualquer.

Lula na imprensa 

Outra questão interessante abordada pelos internautas durante o programa foi como a imprensa trata a questão de Lula. Muitos estão enxergando como se a imprensa estivesse atacando muito Bolsonaro e pouco Lula. O companheiro Rui reforça que, apesar dessas constatações, é importante observar que a imprensa não está atacando Lula diretamente, mas também não está elogiando. Além disso, ela também ataca indiretamente por outros meios, por exemplo, a entrevista de Simone Tebet publicada na Folha de S. Paulo, a qual estava recheada de ataques ao ex-presidente. O companheiro Rui também levantou a questão de que, devido à alta polarização das eleições, ataques ferrenhos a Lula na grande imprensa poderiam dar uma vantagem significativa a Bolsonaro.

Isso ocorre porque, assim como perguntado por outro internauta, Bolsonaro não é o objetivo da burguesia. A candidata da terceira via é Simone Tebet, sendo Bolsonaro apenas mais uma alternativa caso a primeira dê errado, assim como Alckmin pode ser outra. Na realidade, os planos da burguesia são diversos, uma vez que existe um regime que precisa ser mantido.

Militantes do PCO realizam panfletagens e agitação entre os trabalhadores, por Lula Presidente

Monarquia britânica em declínio

Segundo Rui Costa Pimenta, “no próximo período, se colocará em pauta o fim da monarquia” britânica. A situação de fragilidade da monarquia pode dar lugar à independência da Escócia e algo semelhante poderia ocorrer também na Irlanda do Norte porque para esses países a associação com a Inglaterra é prejudicial à burguesia local, há muita insatisfação.

No próximo período, vai se colocar em pauta a extinção da monarquia britânica ─ não é porque o Rei Charles III seria incapaz, mas porque a monarquia é algo esgotado e mal visto pelo povo britânico. Por isso também tanta propaganda despejada pela imprensa imperialista a favor da família real britânica.

O PCO nas eleições

Um internauta que acompanhava a transmissão ao vivo perguntou qual deveria ser o caminho a seguir pela esquerda nestas eleições. O companheiro Rui reforçou que o PCO está nas ruas, em um momento de campanha intensa, por meio da distribuição de material impresso nas ruas. Tal ação é importante, reforçaram os companheiros, principalmente pelo alto nível de censura que o PCO sofre no momento, sem horário eleitoral, espaço na TV aberta, entre outros.

Os companheiros também ressaltaram que esta é a maior campanha eleitoral já feita pelo PCO, com candidatos em 24 estados diferentes, além do número alto de pessoas envolvidas e quantidade de material quando comparada com as campanhas anteriores. Essa é uma campanha muito maior que as anteriores, e com muito destaque.

Toda essa operação só é possível com altos níveis de organização e coerência entre as fileiras partidárias — esse, ressaltam os apresentadores, é o caso do PCO. Um fato que ressalta isso foi o teste feito pela Folha de S.Paulo, no qual o leitor responderia algumas perguntas e, no final, veria o quanto elas batiam com cada candidato a determinado cargo, fazendo com que o portal indicasse um candidato que se assemelhe às vontades do eleitor. Quando o teste foi feito entre os militantes do PCO, todos eles acertaram pelo menos 90% do questionário, o que, de acordo com os apresentadores, mostra a unidade dos militantes em torno do programa do partido, assim como a coerência dele.

Um ponto interessante deste teste foi observar que todos os candidatos do PCB, por exemplo, responderam que são contra o armamento civil. Isso foi analisado como uma posição contrarrevolucionária, considerando que é inconcebível que um partido que se diz revolucionário seja contra o armamento do povo, já que desarmar a população é um obstáculo para a vitória da revolução. Outro partido que respondeu que é completamente contra o armamento foi a UP. Além disso, apenas um candidato do PSTU se declarou a favor da medida, o que trás à tona novamente a questão da falta de unidade programática do partido.

Outro ponto levantado por um internauta foi perguntar qual o papel do PCO na situação política, criticar a esquerda ou à direita. O companheiro Rui esclareceu que a crítica é um exercício importante e uma das principais formas de esclarecimento político. Isso significa que, quando colocado, é necessário colocar a crítica a todos, à sua maneira, e de acordo com a situação.

A análise dura um hora e é recheada de assuntos diversos e de interesse de todos. É possível enviar áudios ou contribuições para ter sua pergunta lida e respondida durante o programa. Se quiser saber mais, assista à análise desta última terça-feira!

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