A professora e filiada ao PT, Márcia Tiburi, denunciou em suas redes sociais que uma “live” programada por ela no Instagram foi censurada pela plataforma.
O evento, marcado para o dia 1º de janeiro, tinha o título de “Precisamos conversar sobre Bolsonaro” e tinha como objetivo discutir as políticas para 2022. No dia mesmo dia 1º janeiro ela postou a denúncia: “A live ‘precisamos conversar sobre Bolsonaro’ foi censurada no Instagram. A esfera digital está dominada por fascistas”.
A live « precisamos conversar sobre Boolsonaro » foi censurada no Instagram. A esfera digital está dominada por fascistas. https://t.co/mjEysF7l5U
— Marcia Tiburi (@marciatiburi) January 1, 2022
Tiburi foi uma vítima da arbitrariedade que os monopólios das redes sociais impõem sobre os usuários diariamente. Ela acusa as redes de estarem “dominadas por fascistas”. Mas essa está longe de ser a principal explicação do problema.
O que está em jogo não é a maior ou menor presença dos fascistas nas redes. Isso, inclusive, é bastante relativo, que depende da atividade de cada partido nessas redes. Bolsonaro, impulsionado por capitalistas que o apoia, conseguiram organizar uma presença grande nas redes. Contra isso, o melhor remédio é que a esquerda também organize sua participação.
A grande questão é o próprio funcionamento desses monopólios. Instagram, Facebook, Twitter, Google e outros agem de maneira extremamente ditatorial, censurando o que acham que deve ser censurado. Nenhum bolsonarista demente que entope as redes sociais pode ser mais perigoso e mais fascista do que esses monopólios que adquiriram um extremo poder inclusive para cometer ilegalidades. São eles que decidem o que pode e o que não podem na internet.
É por isso que o PCO sempre foi contra a política de censura. O melhor jeito de garantir que todos possam falar é defender que efetivamente todos falem, incluindo aqueles dos quais discordamos frontalmente. O contrário, como defende a esquerda pequeno-burguesa, apenas terá como única consequência a censura da própria esquerda. Afinal, se reivindicamos que uma rede social censure alguém, abrimos mais facilmente o flanco para que a censura se volte contra a esquerda. A esquerda tem que entender que não é a dona do mundo e que quem controla esses monopólios são capitalistas ferozmente inimigos do povo, ou seja, a esquerda já sai perdendo nesse jogo e deixa tudo pior ao dar a brecha defendendo que esses monopólios ataquem a direita.
Nenhuma “milícia digital” fascista é mais antidemocrática do que um monopólio. Para garantir uma mínima democracia nas redes é preciso em primeiro lugar acabar com esses monopólios, que eles não tenham o poder de opinar o que vai ou não ser falado, é preciso denunciar a ditadura dessas empresas capitalistas e todo o tipo de censura, como a que ocorreu contra Márcia Tiburi.. É preciso defender como princípio a ampla liberdade de expressão, irrestrita e incondicional: se todos podem falar o que quiser, nós também poderemos falar o que quisermos.