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Ascânio Rubi

Ascânio Rubi é um trabalhador autodidata, que gosta de ler e de pensar. Os amigos me dizem que sou fisicamente parecido com certo “velho barbudo” de quem tomo emprestada a foto ao lado.

ISOLAR O PCO?

Nassif quer isolar PCO no “mercado de opiniões”

Boulos trabalha na plataforma de propaganda política do IREE, cujos diretores são Sérgio Etchegoyen e raul Jungmann

Para o sr. Luís Nassif, existe um “mercado de opiniões”, provavelmente em disputa por “consumidores”. Segundo ele, esse mercado deve banir certas opiniões, particularmente as do PCO (Partido da Causa Operária, não “Partido Comunista Operário”, como escreve o jornalista, mostrando que nem o nome do partido que quer cancelar do debate nacional ele sabe) e as do entregador de aplicativo Galo.

Difícil comparar o PCO com o tal Galo, aquele que tocou fogo na estátua do Borba Gato, depois se entregou à polícia e, finalmente, teve seu momento de pop star na cadeia, onde, para garantir a adesão dos presos à sua luta contra o “símbolo”, explicou a eles que o bandeirante, que ele imaginou ser “loiro de olhos azuis”, era um “Jack” – “Jack, o estuprador”, mostrando que desconhece não só a história do Brasil como também a do célebre assassino inglês do século 19 que, por arrancar as tripas de suas vítimas, foi apelidado Jack, o estripador.

Segundo o jornalista, “é mais fácil a identificação e definição de limites e pactos com os novos aliados, mesmo provenientes da centro-direita, do que com a esquerda radical”. Essa ideia é reforçada por ele ao, candidamente, defender Guilherme Boulos, que teria sofrido injustas críticas do PCO “por ter aceitado ser professor em um sistema de ensino online do advogado Walfrido Warde – que, para outros cursos, convidou o general da reserva Sérgio Etchegoyen e o Ministro da Justiça de Temer, Raul Jungmann”.

Para defender seu pacto com “os novos aliados da centro-direita”, Nassif passa pano para o Walfrido Warde, dono do IREE, instituto que, de fato, tem uma plataforma de cursos on-line, em que muita gente já gravou aulas.

Se, porém, o IREE é uma escola, com os mais elogiáveis fins educativos, é bom lembrar que Sérgio Etchegoyen e Raul Jungmann não são meros professores, mas, sim, diretores. Boulos, por sua vez, além de ser “amigo pessoal” do dono da “escola” (Walfrido Warde), não dá aulas de psiquiatria (sua especialidade, a julgar por sua tese acadêmica, defendida no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, instituição da qual seu pai foi diretor), mas tem um programa permanente de entrevistas com intelectuais e “formuladores” de políticas.

Em suma, Boulos trabalha na plataforma de propaganda política do IREE, cujos diretores são os supracitados e cuja parceria com o “think tank” Global Americans, financiado pelo NED, dá pistas mais do que suficientes da “filosofia” do projeto.

Espanta que Nassif considere Galo um radical de esquerda, dado que sua ação mais visível foi tentar incendiar uma estátua, mas a justificativa deve estar em recentes críticas que ele fez ao PSOL e na desastrada afirmação de que, depois de Lula ser eleito, ele iria “fazer a rua ferver”, porque é preciso “superar o Lula”.

Quem tiver a paciência de assistir à entrevista de Galo aos Jornalistas Livres vai perceber que ele absorveu muito superficialmente uma série de referências e, no meio de toda essa desorganização, tem delírios de liderança. É como aquela pessoa que come muito rápido, não digere o alimento e vomita.

A favor do entregador de aplicativo, porém, descontada a confusão, está o fato de ter ateado fogo em uma figura de pedra, não em uma pessoa adormecida num banco de parada de ônibus, coisa que playboyzinhos fizeram por diversão, provocando a morte do índio pataxó Galdino, que imaginaram ser um simples mendigo, em 1997.

Não custa lembrar que Nassif, à época, usou sua coluna da Folha de São Paulo para afirmar que os filhinhos de papai eram rapazes inocentes (“Mães e pais desses rapazes são tão vítimas desse episódio quanto os pais do infeliz Galdino”, disse o jornalista). É que, para defender os amigos, seus eternos aliados da “centro-direita” (ou da direita mesmo), estejam eles onde estiverem, vale tudo.

A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a posição deste Diário.

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