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Não é Alckmin ou Meirelles que elegerá Lula, e sim a CUT e o MST

Trocar os anseios populares da base petista por acordos com a burguesia não aumenta o apoio a Lula, mas sim o enfraquece

Nesta segunda-feira (19), durante evento em Brasília, Henrique Meirelles (União Brasil) declarou, oficialmente, apoio à candidatura de Lula nas eleições deste ano. Além de Meirelles, Cristovam Buarque (Cidadania) e Marina Silva (Rede) também estiveram presentes na ocasião.

Meirelles presidiu o Banco Central durante os primeiros governos petistas, entre 2003 e 2010. Além disso, foi ministro da Fazenda durante o governo Temer e, depois disso, concorreu, em 2018, à presidência pelo MDB. Ainda, vale lembrar que ele foi presidente do BankBoston, banco internacional que era voltado a finanças de alto nível.

Desde o começo de sua campanha, Lula e, principalmente, as pessoas à sua volta, têm tentado repetir a mesma fórmula que sempre usou: realizar alianças de todo tipo com a burguesia para que, então, receba seu apoio. Fórmula que, em 2002, antes de seu primeiro governo, foi característica fundamental de toda a sua campanha e, posteriormente, de seu mandato.

A principal demonstração disso foi a escolha de Geraldo Alckmin (PSB) para compor a sua chapa como vice-presidente. Tucano que, principalmente após a sua passagem pelo governo de São Paulo, se consagrou como fiel inimigo dos trabalhadores brasileiros. Uma das pessoas responsáveis pela devastação neoliberal que assola o Brasil nos dias de hoje.

Entretanto, a situação de hoje é completamente diferente daquela no passado. A burguesia já deixou absolutamente claro que não quer Lula no poder, demonstrando essa tese por meio do Mensalão, do golpe de 2016 e, posteriormente, com a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, em 2018. Ou seja, por definição, não terá qualquer apoio por parte da burguesia propriamente dita.

E os eleitores desses setores? Bom, se tivessem alguma base real, o argumento seria outro. Todavia, tanto Alckmin, quanto Meirelles, são figuras absolutamente falidas, marginais da burguesia. Depois de candidatos, em 2018, perderam qualquer espaço na situação política nacional e, efetivamente, tornaram-se elementos fadados ao exílio.

Logo, se Lula foi eleito, decerto que não será graças a essas infiltrações em sua campanha. Por um lado, não conseguem arrastar o setor principal da burguesia para que apoie a eleição de Lula, já que não possuem uma grande autoridade dentro dos capitalistas, e, por outro, não possuem nenhuma base concreta e, portanto, não conseguem angariar qualquer parcela considerável de eleitores.

Acima disso, uma eventual vitória de Lula será graças à sua base militante, principalmente do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e, mais importante, graças ao Partido da Causa Operária (PCO) que, desde o princípio, tem sido vanguarda na luta por Lula Presidente. Por esse motivo, Lula está cometendo um enorme equívoco ao trair tal base militante, dando suas costas a ela e se apoiando em políticos profundamente reacionários, como é o caso de Meirelles e Alckmin.

A história já deixou claro, inúmeras vezes, que somente a mobilização popular pode impor a vontade dos trabalhadores que, neste momento da história, toma a forma da campanha por Lula Presidente. Afinal, nenhuma grande conquista foi atingida por meio de acordos com a classe que, por princípio, age para atacar e massacrar a classe operária.

E mais! Se Lula foi eleito e chegar ao governo, não será Meirelles e nem Alckmin que correrão para socorrê-lo caso a burguesia o pressione para atacar cada vez mais os trabalhadores ou, em última instância, tente derrubá-lo do poder. Pelo contrário, servirão aos capitalistas da mesma maneira que Temer o fez durante o golpe de 2016, se consagrando como peça fundamental do processo golpista e, uma vez no poder, aplicando reformas avassaladoras contra os direitos do povo brasileiro.

Quem correrá em seu socorro será justamente a base do PT, da CUT, do MST, do PCO e, de maneira geral, toda a classe operária que defende arduamente a candidatura de Lula. Foi, também, o que aconteceu após a sua prisão, em 2018. Quem tirou Lula da cadeia foram os trabalhadores que, organizados principalmente pelo PCO, realizaram gigantescas mobilizações pela liberdade de Lula e conseguiram arrancá-lo das mãos da burguesia.

Onde estavam Alckmin, Meirelles ou, até mesmo, Marina Silva durante toda essa luta? A história mostra que estavam agindo ao lado do imperialismo para manter Lula na cadeia e esmagar cada vez mais a classe trabalhadora. E, se em momentos críticos não fizeram questão de mover um dedo por Lula, não é agora que o farão. Antes, são oportunistas que utilizam a popularidade de Lula para se alavancarem na situação política nacional. No fim, não seriam absolutamente nada sem a muleta que Lula representa para essas figuras decrépitas.

Levando isso em consideração, a campanha de Lula precisa, imediatamente, dar a volta em 180 graus e abandonar completamente as figuras de direita que estão parasitando a sua candidatura. Acima de qualquer coisa, deve ser uma campanha voltada para as massas que, com o seu apoio e, mais importante, sua mobilização, consiga defender a candidatura de Lula, elegê-lo e, depois, proteger o seu governo de qualquer investida que o imperialismo possa fazer contra ele.

Caso contrário, está fadado à derrota e, consequentemente, ao aprofundamento do golpe de estado no Brasil. Algo que, à essa altura do campeonato, significaria o fortalecimento da direita nacional e, portanto, a implementação de uma política neoliberal nunca antes vista na história do País. Política essa que será responsável pela entrega de todo o patrimônio nacional ao capital estrangeiro e, por conseguinte, por uma devastação sem precedentes.

Banqueiros querem tomar possível governo Lula. PCO amplia campanha - Resumo do Dia nº1.078 - 19/9/22

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