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Enquanto alguns fazem a festa

Mortos podem ser 200 em Petrópolis: não é só a chuva, é o golpe

Burguesia golpista e sua venal imprensa defenderam o congelamento dos gastos públicos, o "teto de gastos" e outros ataques; agora, encenam solidariedade e tentam tirar proveito

Em número oficiais, a cidade de Petrópolis (RJ), já contabilizava no começo da noite ontem, quando fechávamos esta edição, mais de 110 mortos e cerca de 130 desaparecidos e vivia  o risco de novas chuvas e deslizamentos, depois das fortes tempestades do último dia 15, que teriam sido as maiores registradas na cidade. Do total de corpos identificados, cerca de dois terços eram mulheres e 12 eram crianças.

Chuvas de tal intensidade poderiam causar danos em qualquer localidade e até mesmo alguma vítima, mas a verdadeira chacina que se repete em Petrópolis é o resultado da combinação das chuvas, totalmente previsíveis nesta época do ano, com a falta de obras de infraestrutura, saneamento e condições adequadas de moradia de milhões de pessoas em todo o País que, na “Cidade Imperial”, faz com que mais 20% de sua população (quase 50 mil pessoas) morem em áreas de risco.

Um caos nacional…

A situação se repete por todo o País e também suas consequências para a população pobre e trabalhadora. Desde outubro passado já são quase 250 mortos, em meio às chuvas em todo o País. Estados como a Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro foram os mais fortemente atingidos e tiveram mortes registradas em meio às chuvas e enchentes. Em MG há ainda centenas de municípios em estado de emergência.

A venal imprensa burguesa, que protesta sistematicamente contra o inexistente excesso de gastos públicos e defende o teto de gastos para garantir os bilionários ou trilionários recursos repassados sistematicamente para os bancos e outros grandes monopólios, agora fala de “uma ação ainda insuficiente em áreas de risco” (O Estado de S. Paulo, 17/2/22)

Depois da desgraça, políticos de direita, como o governador fascista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro e o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (ambos do PL), fazem visitas, pronunciamentos e promessas. Poucas dias depois nada acontece, como se viu no caso recente do Estado da Bahia, onde o socorro anunciado – e ainda não liberado – pelo governo federal para mais de 100 mil pessoas não seria suficiente para repassar R$500 para cada família atingida, se a verba fosse assim distribuída.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), um total de 637 pessoas morreram por desastres decorrentes das chuvas, apenas nos seis últimos anos, ainda sem os dados de Petrópolis.

…que o golpe aprofundou

A situação se agravou com o golpe de Estado de 2016, que derrubou a presidente Dilma Rousseff. No ano seguinte, a direita unida no reacionário Congresso Nacional, aprovou o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Não param de crescer os cortes nas urgentes obras de infraestrutura e saneamento, ao mesmo tempo em que os banqueiros comemoram os recordes de lucros.

A degradação das condições de vida da imensa maioria dos trabalhadores, por conta da expropriação dos salários (graças à “reforma” trabalhista e outras) e à explosão do desemprego que atinge – de fato – dezenas de milhões de trabalhadores em todo o País, impede que boa parte da população realize obras elementares de manutenção em suas casas(como contenção de pequenas encostas) e os investimentos públicos praticamente desapareceram.

Nestas condições, a população se vê fragilizada diante das intempéries da natureza e dos verdadeiros crimes ambientais provocados por especuladores imobiliários e outros tubarões capitalistas.

A única saída

Muito além de chorar os mortos e de apoiar as cínicas campanhas de solidariedade da imprensa que apoia o regime golpista e sua política de morte para o povo (de fome, miséria, pandemia, chuvas etc.) é preciso organizar e mobilizar o povo pobre e trabalhador – e todos os que defendem seus direitos democráticos – contra os capitalistas e a direita criminosa que ainda vai buscar tirar proveito eleitoral da situação.

É preciso levantar um programa de luta das vítimas para exigir o pagamento de auxílio emergencial de, pelo menos um salário mínimo para todos os que necessitem; a imediata ocupação pelos desalojados dos imóveis destinados à especulação e um plano de construção de moradias populares em todo o País, sustentado pela sobretaxação dos lucros dos grandes capitalistas, pelos ganhos com a imensa riqueza do petróleo do nosso solo, que precisa ser nacionalizado e colocado sob o controle do seu verdadeiro e único dono, o povo brasileiro. Para isso, é preciso também reestatizar a Petrobrás (100% estatal) e cancelar todas as privatizações das últimas décadas.

Se faltam verbas para obras populares e sobram para os banqueiros, é preciso estatizar o sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores, criando um banco estatal único que sirva, também, para financiar a construção de milhões de habitações populares, em condições seguras, gerando empregos, melhores condições de vida e moradia.

Estas e outras medidas só podem ser conquistadas por meio da luta, da mobilização nas ruas, pela derrota da direita genocida. Nesta luta, uma arma muito poderosa é a candidatura presidência de Luís Inácio Lula da Silva, que deve ser apoiada de forma incondicional por toda a esquerda classista, por todas as organizações de luta dos explorados, como parte da luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, que ponha fim à situação de devastação atual e aponte no sentido da expropriação da burguesia e da conquista do socialismo.

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